A petição contra o projecto de ampliação do terminal de contentores de Alcântara e que até às 17h de ontem tinha recolhido mais de 8.000 assinaturas vai ser entregue hoje ao presidente da Assembleia da República (AR).A recolha de assinaturas foi lançada na 2ª fª por um movimento de cidadãos que, em menos de 36 horas conseguiu arrecadar o número mínimo (4.000) de assinaturas para que o documento possa ser apreciado no Parlamento.Os subscritores da petição “Lisboa é das pessoas. Mais contentores não” pedem a revogação do Decreto-lei nº 188/2008 que alarga a concessão até 2042 do terminal à empresa Liscont, detida maioritariamente pela Mota-Engil, sem concurso.O movimento conta com o apoio directo de vários presidentes de Juntas de Freguesia, incluindo os de Alcântara, Lapara e Prazeres, nas quais a obra terá impacto directo. Até hoje, 40 dos 53 presidentes de Junta de Freguesia da cidade de Lisboa assinaram o documento.Os subscritores da petição defendem que a ampliação da capacidade do terminal de contentores de Alcântara implica a criação de uma muralha com cerca de 1,5 quilómetros com mais de 10 metros de altura, entre a cidade de Lisboa e o Rio Tejo e que vai sujeitar aquela zona a um período de obras de cerca de seis anos, impedindo a população de aceder ao rio pelas ‘Docas’.Dizem igualmente que a prorrogação da concessão do terminal de contentores de Alcântara até 2042 e que prevê a triplicação da sua capacidade “afigura-se completamente incompreensível, desnecessária e inaceitável”. Defendem ainda que “os terminais de contentores existentes nos portos de Portugal, no final de 2006, tinham o dobro da capacidade necessária para satisfazer a procura do mercado”.“Dado que será necessário desactivar o terminal de cruzeiros de Alcântara, a APL terá que adjudicar a construção de um novo edifício em Santa Apolónia, com cerca de 600 metros de comprimento para servir de terminal de cruzeiros. Um investimento evitável caso não se desactivasse o terminal de Alcântara”, acrescentam.O projecto de ampliação prevê que a capacidade passe de 340.000 para 900.000 contentores/ano, incluindo a demolição do actual edifício administrativo da Liscont, dos edifícios entre a vedação Norte do terminal e a Doca do Espanhol e de outros espaços (a poente do topo de Doca), o prolongamento do cais do terminal para montante (cerca de 500 metros) e a construção de uma plataforma de manobra e descarga de composições ferroviárias.Em termos de investimento futuro, a Administração do Porto de Lisboa prevê gastar cerca de 220 milhões de euros, 142 milhões dos quais até 2013, enquanto a concessionária do terminal, a Liscont, gastaria 226 milhões, 146 até 2013. A perspectiva de lucro é de um aumento de “mais de 100%”, com os actuais 3,7 milhões de euros por ano actuais a passarem a 8,6 milhões.Ver http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=370588&visual=26&rss=0
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A petição contra o projecto de ampliação do terminal de contentores de Alcântara e que até às 17h de ontem tinha recolhido mais de 8.000 assinaturas vai ser entregue hoje ao presidente da Assembleia da República (AR).A recolha de assinaturas foi lançada na 2ª fª por um movimento de cidadãos que, em menos de 36 horas conseguiu arrecadar o número mínimo (4.000) de assinaturas para que o documento possa ser apreciado no Parlamento.Os subscritores da petição “Lisboa é das pessoas. Mais contentores não” pedem a revogação do Decreto-lei nº 188/2008 que alarga a concessão até 2042 do terminal à empresa Liscont, detida maioritariamente pela Mota-Engil, sem concurso.O movimento conta com o apoio directo de vários presidentes de Juntas de Freguesia, incluindo os de Alcântara, Lapara e Prazeres, nas quais a obra terá impacto directo. Até hoje, 40 dos 53 presidentes de Junta de Freguesia da cidade de Lisboa assinaram o documento.Os subscritores da petição defendem que a ampliação da capacidade do terminal de contentores de Alcântara implica a criação de uma muralha com cerca de 1,5 quilómetros com mais de 10 metros de altura, entre a cidade de Lisboa e o Rio Tejo e que vai sujeitar aquela zona a um período de obras de cerca de seis anos, impedindo a população de aceder ao rio pelas ‘Docas’.Dizem igualmente que a prorrogação da concessão do terminal de contentores de Alcântara até 2042 e que prevê a triplicação da sua capacidade “afigura-se completamente incompreensível, desnecessária e inaceitável”. Defendem ainda que “os terminais de contentores existentes nos portos de Portugal, no final de 2006, tinham o dobro da capacidade necessária para satisfazer a procura do mercado”.“Dado que será necessário desactivar o terminal de cruzeiros de Alcântara, a APL terá que adjudicar a construção de um novo edifício em Santa Apolónia, com cerca de 600 metros de comprimento para servir de terminal de cruzeiros. Um investimento evitável caso não se desactivasse o terminal de Alcântara”, acrescentam.O projecto de ampliação prevê que a capacidade passe de 340.000 para 900.000 contentores/ano, incluindo a demolição do actual edifício administrativo da Liscont, dos edifícios entre a vedação Norte do terminal e a Doca do Espanhol e de outros espaços (a poente do topo de Doca), o prolongamento do cais do terminal para montante (cerca de 500 metros) e a construção de uma plataforma de manobra e descarga de composições ferroviárias.Em termos de investimento futuro, a Administração do Porto de Lisboa prevê gastar cerca de 220 milhões de euros, 142 milhões dos quais até 2013, enquanto a concessionária do terminal, a Liscont, gastaria 226 milhões, 146 até 2013. A perspectiva de lucro é de um aumento de “mais de 100%”, com os actuais 3,7 milhões de euros por ano actuais a passarem a 8,6 milhões.Ver http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=370588&visual=26&rss=0