vbfsousa@hotmail.com Poderá ser uma enfermidade que este Governo ensandecido causou nos Silvas. Rui Gomes da Silva, já o sabemos, sofre de uma patologia de difícil diagnóstico, porquanto, sem ser acéfalo, produziu tamanhos dislates que ajudou a putrefazer o Governo do seu confrade Santana. É engraçado verificar que, até na desgraça, os amigos mantêm a total lealdade. Enquanto Santana, exangue, descansava de tantas auto-flagelações, Silva revezava-o. A morte surgiu através de outro fiel. Aquele que trouxe as Chaves da salvação – imediata – do país.
Há um outro Silva que é um caso sério. Julgo que Rui Gomes da Silva e o Silva madeirense envolveram-se numa luta de mentecaptos, para ver quem gera mais estultices. Guilherme Silva, sequaz de Alberto João Jardim, garantiu, na segunda-feira e perante toda a Assembleia da República, que entre o Presidente da República e cada deputado não há assimetrias quanto à legitimidade democrática. Este homem, mesmo vivendo longe do mitomania que grassa na Madeira – cujo principal impulsionador é o seu chefe -, submergiu nos seus próprios embustes. Julga mesmo Guilherme Silva que o Presidente da República tem a mesma legitimidade democrática de um qualquer tímido deputado, que pede licença para erguer o braço em períodos de votação? A Constituição prescreve que só há uma eleição directa. Todos aqueles que votaram em Sampaio, pressupõe-se, conhecem-no. Poderemos asseverar o mesmo em relação aos deputados da maioria, que sustentaram o Governo desde 2002? Para infelicidade da Democracia portuguesa, não há um único político que abdique de iludir os eleitores, adoptando uma estratégia de elucidação – com possíveis consequências perniciosas – face aos mais elementares elementos da Constituição. Todos insistem em conjurar para perverter a Constituição, com a complacência daqueles que devem zelar por ela. Santana Lopes e Sócrates já se apresentam a candidatos a primeiro-ministro, quando esse cargo não decorre, directamente, da eleição popular. Das urnas brota a composição da Assembleia. Quantos madeirenses votaram em Durão Barroso, como candidato a primeiro-ministro, desconhecendo os deputados que partiram para Lisboa através dos seus votos?
Julgo que esta situação é intolerável. Ou abolimos a Assembleia, ou reformulamos a Constituição, ou os partidos não poderão escorar as suas campanhas numa só pessoa que, no caso de derrota, sentar-se-á na Assembleia, rodeado por uma miríade de excelsos ignotos. Sócrates e Santana Lopes não são, constitucionalmente, candidatos a primeiro-ministro. Ambos encimam as candidaturas dos seus partidos, mas ambos são, formalmente, aspirantes a deputados. Sabendo que esse lugar está garantido, um dos dois tornar-se-á primeiro-ministro se as cores que defendem atapetarem um determinado número de assentos. Numa fase posterior, sublinhe-se. O regime português exalta a Assembleia da República. Todavia, entre os Homens que ela alberga, grande parte dos portugueses só conhece o rosto do indivíduo que, diariamente, fita o cidadão, com um sorriso de papel…
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vbfsousa@hotmail.com Poderá ser uma enfermidade que este Governo ensandecido causou nos Silvas. Rui Gomes da Silva, já o sabemos, sofre de uma patologia de difícil diagnóstico, porquanto, sem ser acéfalo, produziu tamanhos dislates que ajudou a putrefazer o Governo do seu confrade Santana. É engraçado verificar que, até na desgraça, os amigos mantêm a total lealdade. Enquanto Santana, exangue, descansava de tantas auto-flagelações, Silva revezava-o. A morte surgiu através de outro fiel. Aquele que trouxe as Chaves da salvação – imediata – do país.
Há um outro Silva que é um caso sério. Julgo que Rui Gomes da Silva e o Silva madeirense envolveram-se numa luta de mentecaptos, para ver quem gera mais estultices. Guilherme Silva, sequaz de Alberto João Jardim, garantiu, na segunda-feira e perante toda a Assembleia da República, que entre o Presidente da República e cada deputado não há assimetrias quanto à legitimidade democrática. Este homem, mesmo vivendo longe do mitomania que grassa na Madeira – cujo principal impulsionador é o seu chefe -, submergiu nos seus próprios embustes. Julga mesmo Guilherme Silva que o Presidente da República tem a mesma legitimidade democrática de um qualquer tímido deputado, que pede licença para erguer o braço em períodos de votação? A Constituição prescreve que só há uma eleição directa. Todos aqueles que votaram em Sampaio, pressupõe-se, conhecem-no. Poderemos asseverar o mesmo em relação aos deputados da maioria, que sustentaram o Governo desde 2002? Para infelicidade da Democracia portuguesa, não há um único político que abdique de iludir os eleitores, adoptando uma estratégia de elucidação – com possíveis consequências perniciosas – face aos mais elementares elementos da Constituição. Todos insistem em conjurar para perverter a Constituição, com a complacência daqueles que devem zelar por ela. Santana Lopes e Sócrates já se apresentam a candidatos a primeiro-ministro, quando esse cargo não decorre, directamente, da eleição popular. Das urnas brota a composição da Assembleia. Quantos madeirenses votaram em Durão Barroso, como candidato a primeiro-ministro, desconhecendo os deputados que partiram para Lisboa através dos seus votos?
Julgo que esta situação é intolerável. Ou abolimos a Assembleia, ou reformulamos a Constituição, ou os partidos não poderão escorar as suas campanhas numa só pessoa que, no caso de derrota, sentar-se-á na Assembleia, rodeado por uma miríade de excelsos ignotos. Sócrates e Santana Lopes não são, constitucionalmente, candidatos a primeiro-ministro. Ambos encimam as candidaturas dos seus partidos, mas ambos são, formalmente, aspirantes a deputados. Sabendo que esse lugar está garantido, um dos dois tornar-se-á primeiro-ministro se as cores que defendem atapetarem um determinado número de assentos. Numa fase posterior, sublinhe-se. O regime português exalta a Assembleia da República. Todavia, entre os Homens que ela alberga, grande parte dos portugueses só conhece o rosto do indivíduo que, diariamente, fita o cidadão, com um sorriso de papel…