Depois do Northern Rock, em Inglaterra, o Governo prepara-se para nacionalizar o Bradford & Bingley. A acumulação de prejuízos conduziria a uma falência inevitável do banco britânico que, por sua vez, arrastaria outras empresas. Para evitar este cenário indesejável, o Executivo de Gordon Brown não teve outra alternativa senão imitar o congénere norte-americano na socialização de prejuízos. Mais uma vez, serão os contribuintes ingleses que pagarão as consequências dos erros da administração de uma instituição de crédito.Entretanto, em Portugal, a socialização é bem outra. O Governo de José Sócrates ressente-se do incómodo de que o Estado tenha em carteira acções de uma empresa que gera lucros chorudos e, depois de ter feito de Américo Amorim o homem mais rico de Portugal (ver gráfico), prepara-se para, novamente, distribuir felicidade com a privatização de mais 7% da mesma empresa. E esses 7% da Galp serão “socializados” por ajuste directo, permitindo a escolha do comprador e favorecimentos no preço, numa altura em que as bolsas estão em forte baixa. E quanto nos vai custar o negócio? São um pouco mais de 58 milhões de acções. À cotação actual, 12,03 euros, valem cerca de 698,69 milhões de euros. À cotação do máximo de há uns meses, que não é um máximo potencial porque nessa altura as bolsas estavam já em queda acentuada, 19,3 euros, as mesmas acções valiam mais de 1105,25 euros. A diferença é de 406,55 milhões. Uma perda que deverá ser somada aos lucros que o Estado deixa de arrecadar e tem que compensar com mais impostos sobre os contribuintes. E uma medida que reforça uma posição monopolista que tanto tem lesado os portugueses.Uma nota adicional: quem, mais uma vez, se insurgiu contra mais esta negociata foi Francisco Louçã. O seu partido, o Bloco de Esquerda, segue com cerca de 10,9% nas sondagens. Quem, mais uma vez, está a conduzir um negócio ruinoso para o Estado e muito proveitoso para um particular – que até vai ter o privilégio de poder escolher – é José Sócrates. O seu partido, o PS, segue destacado na dianteira das intenções de voto dos portugueses com 36,1%. No gráfico: a evolução da cotação das acções da Galp no último ano ou, como queiram, a evolução do enriquecimento daquele a quem José Sócrates fez o mais rico de Portugal.
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Depois do Northern Rock, em Inglaterra, o Governo prepara-se para nacionalizar o Bradford & Bingley. A acumulação de prejuízos conduziria a uma falência inevitável do banco britânico que, por sua vez, arrastaria outras empresas. Para evitar este cenário indesejável, o Executivo de Gordon Brown não teve outra alternativa senão imitar o congénere norte-americano na socialização de prejuízos. Mais uma vez, serão os contribuintes ingleses que pagarão as consequências dos erros da administração de uma instituição de crédito.Entretanto, em Portugal, a socialização é bem outra. O Governo de José Sócrates ressente-se do incómodo de que o Estado tenha em carteira acções de uma empresa que gera lucros chorudos e, depois de ter feito de Américo Amorim o homem mais rico de Portugal (ver gráfico), prepara-se para, novamente, distribuir felicidade com a privatização de mais 7% da mesma empresa. E esses 7% da Galp serão “socializados” por ajuste directo, permitindo a escolha do comprador e favorecimentos no preço, numa altura em que as bolsas estão em forte baixa. E quanto nos vai custar o negócio? São um pouco mais de 58 milhões de acções. À cotação actual, 12,03 euros, valem cerca de 698,69 milhões de euros. À cotação do máximo de há uns meses, que não é um máximo potencial porque nessa altura as bolsas estavam já em queda acentuada, 19,3 euros, as mesmas acções valiam mais de 1105,25 euros. A diferença é de 406,55 milhões. Uma perda que deverá ser somada aos lucros que o Estado deixa de arrecadar e tem que compensar com mais impostos sobre os contribuintes. E uma medida que reforça uma posição monopolista que tanto tem lesado os portugueses.Uma nota adicional: quem, mais uma vez, se insurgiu contra mais esta negociata foi Francisco Louçã. O seu partido, o Bloco de Esquerda, segue com cerca de 10,9% nas sondagens. Quem, mais uma vez, está a conduzir um negócio ruinoso para o Estado e muito proveitoso para um particular – que até vai ter o privilégio de poder escolher – é José Sócrates. O seu partido, o PS, segue destacado na dianteira das intenções de voto dos portugueses com 36,1%. No gráfico: a evolução da cotação das acções da Galp no último ano ou, como queiram, a evolução do enriquecimento daquele a quem José Sócrates fez o mais rico de Portugal.