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21-01-2011
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Desconfio que o Francisco Louçã anda a cavalgar sem cavalo e ainda não reparou. Não lhe digam nada, não me parece que seja um tipo fácil de contrariar. Numa entrevista ao i, aquele jornal que ainda não o é, disse coisas do arco da velha*, não se sabe muito bem a quem. Ele julga que se dirige ao seu eleitorado, como se tivesse um, exactamente na mesma medida em que o herdeiro da Coroa cá do sítio julga que se dirige ao seu reino quando fala, só porque o seu bigode é descendente do fundador da nação. A Francisco Louçã parece bastar um resultado eleitoral, logo ele que gosta de lembrar que as pessoas não são números. Eu tenho medo dele, por isso vou ficar caladinho, mas apetecia-me explicar-lhe que o eleitorado dele tem aspas e olha para o Bloco de Esquerda de um modo puramente instrumental. Quando é útil. Eu sei, porque sou um desses vendidos à utilidade. Ele que se cuide.* Coisas lindas, aliás: que é prioritário sairmos da NATO; que a guerra do Afeganistão não passa de protecção a um governo de traficantes de droga; que o Obama é um calculista eleitoral que não merece grande crédito; que o actual Governo foi a voz dos interesses económicos dominantes em Portugal (conceito demoníaco abstracto que até hoje não entendo - era capaz de jurar que esses interesses são do interesse de todos). Enfim, num país ideal, Francisco Louçã seria um demagogo; na realidade, é bem capaz de acreditar no que diz.(fotograma de Monty Python And The Holy Grail, de Terry Gilliam e Terry Jones, Reino Unido, 1975)

Desconfio que o Francisco Louçã anda a cavalgar sem cavalo e ainda não reparou. Não lhe digam nada, não me parece que seja um tipo fácil de contrariar. Numa entrevista ao i, aquele jornal que ainda não o é, disse coisas do arco da velha*, não se sabe muito bem a quem. Ele julga que se dirige ao seu eleitorado, como se tivesse um, exactamente na mesma medida em que o herdeiro da Coroa cá do sítio julga que se dirige ao seu reino quando fala, só porque o seu bigode é descendente do fundador da nação. A Francisco Louçã parece bastar um resultado eleitoral, logo ele que gosta de lembrar que as pessoas não são números. Eu tenho medo dele, por isso vou ficar caladinho, mas apetecia-me explicar-lhe que o eleitorado dele tem aspas e olha para o Bloco de Esquerda de um modo puramente instrumental. Quando é útil. Eu sei, porque sou um desses vendidos à utilidade. Ele que se cuide.* Coisas lindas, aliás: que é prioritário sairmos da NATO; que a guerra do Afeganistão não passa de protecção a um governo de traficantes de droga; que o Obama é um calculista eleitoral que não merece grande crédito; que o actual Governo foi a voz dos interesses económicos dominantes em Portugal (conceito demoníaco abstracto que até hoje não entendo - era capaz de jurar que esses interesses são do interesse de todos). Enfim, num país ideal, Francisco Louçã seria um demagogo; na realidade, é bem capaz de acreditar no que diz.(fotograma de Monty Python And The Holy Grail, de Terry Gilliam e Terry Jones, Reino Unido, 1975)

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