O Privilégio dos Caminhos: A Outra Cidade

19-12-2009
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Deborah DeWit Marchant Há muitas solidões cruzadas – diz – em cima e em baixoe outras no meio; diferentes a semelhantes, forçadas e impostasou como que escolhidas, como que livres – mas sempre cruzadas.Mas no fundo, no centro, há apenas uma solidão – diz;uma cidade vazia, quase esférica, sem quaisqueranúncios luminosos multicores, sem lojas, sem motocicletas,com uma luz branca, vazia, brumosa, interrompidapor centelhas de desconhecidos semáforos. Nesta cidadehabitam desde há anos os poetas. Caminham silenciosos de braços cruzados,recordam factos imprecisos, esquecidos, palavras, paisagens,estes consoladores do mundo, sempre inconsolados, perseguidospelos cães, pelos homens, pelos vermes, pelos ratos, pelas estrelas,perseguidos até pelas suas próprias palavras, ditas ou não ditas.yannis ritsosDedico ao habitante das Palavras Ermas


Deborah DeWit Marchant Há muitas solidões cruzadas – diz – em cima e em baixoe outras no meio; diferentes a semelhantes, forçadas e impostasou como que escolhidas, como que livres – mas sempre cruzadas.Mas no fundo, no centro, há apenas uma solidão – diz;uma cidade vazia, quase esférica, sem quaisqueranúncios luminosos multicores, sem lojas, sem motocicletas,com uma luz branca, vazia, brumosa, interrompidapor centelhas de desconhecidos semáforos. Nesta cidadehabitam desde há anos os poetas. Caminham silenciosos de braços cruzados,recordam factos imprecisos, esquecidos, palavras, paisagens,estes consoladores do mundo, sempre inconsolados, perseguidospelos cães, pelos homens, pelos vermes, pelos ratos, pelas estrelas,perseguidos até pelas suas próprias palavras, ditas ou não ditas.yannis ritsosDedico ao habitante das Palavras Ermas

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