Quando os peixes começam a ganhar raízes no fundo do mar,os pescadores mergulham num tão longo desesperoque desatam a escrever-lhes poemas de amor,que lançam até dois mil metros de profundidade,em papelinhos verdes presos aos anzóis.Os peixes, porém, cansados de tanto lixo,devolvem os papéis e as palavras,aproveitando apenas os anzóispara erguer os seus muros de arame farpado. Haukur Haraldsdóttir (1867-1906 – Islândia)Jornal de Notícias, 17 de Novembro de 1937 Tradução de Cristovão Meireles
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Quando os peixes começam a ganhar raízes no fundo do mar,os pescadores mergulham num tão longo desesperoque desatam a escrever-lhes poemas de amor,que lançam até dois mil metros de profundidade,em papelinhos verdes presos aos anzóis.Os peixes, porém, cansados de tanto lixo,devolvem os papéis e as palavras,aproveitando apenas os anzóispara erguer os seus muros de arame farpado. Haukur Haraldsdóttir (1867-1906 – Islândia)Jornal de Notícias, 17 de Novembro de 1937 Tradução de Cristovão Meireles