LOCAL. Algumas das grandes figuras que marcaram o século XX em Portugal foram recreadas no Desfile de Carnaval da Fundação CEBI, no passado dia 12.
Mário Caritas
Com o mau tempo a atrapalhar o plano inicial de desfilar nalgumas ruas do centro de Alverca, como é tradição, o Desfile de Carnaval da Fundação CEBI acabou por se realizar dentro de portas, mas mantendo o brilho dos carnavais de anos anteriores. Mais de um milhar de figurantes, entre alunos e educadoras/funcionários, recrearam vários momentos e figuras que marcaram o século XX português, tendo como mote central a celebração dos 100 anos da implantação da República e queda da Monarquia (1910-2010) em Portugal.
E assim lá foram todos à descoberta, trajados inicialmente à aviador, tal como o fizeram Gago Coutinho e Sacadura Cabral na célebre Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul Portugal-Brasil (1922), ali recreada magistralmente. Algumas réplicas do hidroavião utilizado nessa altura cruzaram mesmo o céu da CEBI, num momento cénico bastante vistoso. “Está a ser muito giro, muito divertido. Estamos mascarados a tudo: primeiro somos aviadores, depois médicos, escritores e agora até vamos ser fadistas…!”, dizia-nos, entusiasmado, o pequeno Daniel Silva, de 10 anos.
De facto, mais do que recordar personagens ilustres, os alunos encarnaram a pele de algumas das grandes figuras que marcaram o século. “É um elogio aos portugueses”, dizia, por seu turno, a pequena Rita Antunes, 10 anos. “E uma homenagem aos momentos da história de Portugal”, acrescentava o colega, Manuel Costa.
Tudo culminou com a evocação da conquista da liberdade através do movimento dos capitães, em sinal da Liberdade alcançada com a Revolução do 25 de Abril de 1974. Antes disso homenageou-se o escritor e poeta Fernando Pessoa, o Prémio Nobel da Medicina Egas Moniz, o futebolista Eusébio e a fadista Amália Rodrigues, entre outros. E enquanto iam desfilando as personalidades – ligadas à Ciência, às Artes, à Literatura e ao Desporto –, ouvia-se como pano de fundo um cantor da Liberdade e dos ideais de Abril: Zeca Afonso.
Joana Fraga, Bruna Bicha e Inês Vicente, todas de 12 anos, vinham vestidas de vermelho, com um cravo da mesma cor na mão: “Nós representamos a liberdade, representamos a libertação das pessoas que estavam presas antes da Revolução dos Cravos que significa a conquista da liberdade de expressão.” Os colegas Paulo Ferreira e Gonçalo Costa, ambos vestidos como os soldados do MFA – Movimento das Forças Armadas, foram os seus libertadores: “Foi o fim da ditadura e o início da liberdade!”
Goreti David, responsável pela organização, explicou que o mote foi dado com a comemoração dos 100 anos da implantação da República e a viagem no tempo fez-se à boleia do célebre hidroavião de Gago Coutinho e Sacadura Cabral. “Foi como que uma incursão pelo século, realçando pessoas e momentos considerados por nós importantes. Este tema foi trabalhado em todas as salas de aula desde os dois anos, adequando os conteúdos às idades dos alunos – fizeram-se, por exemplo, jogos de palavras para trabalhar Fernando Pessoa, cantou-se com eles e ouviram-se fados da Amália, por isso ficaram tão empolgados.”
O corso de carnaval desta instituição movimenta sensivelmente um milhar de alunos e dezenas de funcionários, proporcionando sempre eventos de grande qualidade, integralmente gerados pela criatividade da “prata da casa” da Fundação.
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LOCAL. Algumas das grandes figuras que marcaram o século XX em Portugal foram recreadas no Desfile de Carnaval da Fundação CEBI, no passado dia 12.
Mário Caritas
Com o mau tempo a atrapalhar o plano inicial de desfilar nalgumas ruas do centro de Alverca, como é tradição, o Desfile de Carnaval da Fundação CEBI acabou por se realizar dentro de portas, mas mantendo o brilho dos carnavais de anos anteriores. Mais de um milhar de figurantes, entre alunos e educadoras/funcionários, recrearam vários momentos e figuras que marcaram o século XX português, tendo como mote central a celebração dos 100 anos da implantação da República e queda da Monarquia (1910-2010) em Portugal.
E assim lá foram todos à descoberta, trajados inicialmente à aviador, tal como o fizeram Gago Coutinho e Sacadura Cabral na célebre Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul Portugal-Brasil (1922), ali recreada magistralmente. Algumas réplicas do hidroavião utilizado nessa altura cruzaram mesmo o céu da CEBI, num momento cénico bastante vistoso. “Está a ser muito giro, muito divertido. Estamos mascarados a tudo: primeiro somos aviadores, depois médicos, escritores e agora até vamos ser fadistas…!”, dizia-nos, entusiasmado, o pequeno Daniel Silva, de 10 anos.
De facto, mais do que recordar personagens ilustres, os alunos encarnaram a pele de algumas das grandes figuras que marcaram o século. “É um elogio aos portugueses”, dizia, por seu turno, a pequena Rita Antunes, 10 anos. “E uma homenagem aos momentos da história de Portugal”, acrescentava o colega, Manuel Costa.
Tudo culminou com a evocação da conquista da liberdade através do movimento dos capitães, em sinal da Liberdade alcançada com a Revolução do 25 de Abril de 1974. Antes disso homenageou-se o escritor e poeta Fernando Pessoa, o Prémio Nobel da Medicina Egas Moniz, o futebolista Eusébio e a fadista Amália Rodrigues, entre outros. E enquanto iam desfilando as personalidades – ligadas à Ciência, às Artes, à Literatura e ao Desporto –, ouvia-se como pano de fundo um cantor da Liberdade e dos ideais de Abril: Zeca Afonso.
Joana Fraga, Bruna Bicha e Inês Vicente, todas de 12 anos, vinham vestidas de vermelho, com um cravo da mesma cor na mão: “Nós representamos a liberdade, representamos a libertação das pessoas que estavam presas antes da Revolução dos Cravos que significa a conquista da liberdade de expressão.” Os colegas Paulo Ferreira e Gonçalo Costa, ambos vestidos como os soldados do MFA – Movimento das Forças Armadas, foram os seus libertadores: “Foi o fim da ditadura e o início da liberdade!”
Goreti David, responsável pela organização, explicou que o mote foi dado com a comemoração dos 100 anos da implantação da República e a viagem no tempo fez-se à boleia do célebre hidroavião de Gago Coutinho e Sacadura Cabral. “Foi como que uma incursão pelo século, realçando pessoas e momentos considerados por nós importantes. Este tema foi trabalhado em todas as salas de aula desde os dois anos, adequando os conteúdos às idades dos alunos – fizeram-se, por exemplo, jogos de palavras para trabalhar Fernando Pessoa, cantou-se com eles e ouviram-se fados da Amália, por isso ficaram tão empolgados.”
O corso de carnaval desta instituição movimenta sensivelmente um milhar de alunos e dezenas de funcionários, proporcionando sempre eventos de grande qualidade, integralmente gerados pela criatividade da “prata da casa” da Fundação.