JS Distrital do Porto: A Europa e a Rússia

18-12-2009
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Sem surpresa, o partido de Vladimir Putin obteve uma vantagem esmagadora nas eleições deste domingo na Rússia. Os anos da «democracia soberana» de Putin restauraram as grandes simbologias da Rússia-império, disciplinaram as oligarquias, concentraram os poderes internos e projectaram a voz da Rússia na cena política internacional. No meio de tudo isto, a democracia política foi perdendo terreno e os russos colocam-na atrás das suas prioridades actuais depois dos grandes choques da década de 1990.De uma forma ou de outra, a evolução da Europa tem estado historicamente relacionada com a evolução da Rússia; actualmente, a UE está dependente da energia russa e não tem conseguido falar a uma só voz no que diz respeito aos direitos humanos na Rússia ou ao recrudescimento da retórica da Guerra Fria, que implicará aliás a suspensão do Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais.Sabendo que expansão da UE para leste implicará a progressão do músculo da NATO nas antigas linhas da Cortina de Ferro, uma UE titubeante e sem uma posição comum em relação à Rússia será uma UE incapaz de estabilizar as novas fronteiras -- sociais, económicas, culturais, militares -- do alargamento. Será esse, a todos os níveis, um dos desafios fundamentais dos próximos anos.


Sem surpresa, o partido de Vladimir Putin obteve uma vantagem esmagadora nas eleições deste domingo na Rússia. Os anos da «democracia soberana» de Putin restauraram as grandes simbologias da Rússia-império, disciplinaram as oligarquias, concentraram os poderes internos e projectaram a voz da Rússia na cena política internacional. No meio de tudo isto, a democracia política foi perdendo terreno e os russos colocam-na atrás das suas prioridades actuais depois dos grandes choques da década de 1990.De uma forma ou de outra, a evolução da Europa tem estado historicamente relacionada com a evolução da Rússia; actualmente, a UE está dependente da energia russa e não tem conseguido falar a uma só voz no que diz respeito aos direitos humanos na Rússia ou ao recrudescimento da retórica da Guerra Fria, que implicará aliás a suspensão do Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais.Sabendo que expansão da UE para leste implicará a progressão do músculo da NATO nas antigas linhas da Cortina de Ferro, uma UE titubeante e sem uma posição comum em relação à Rússia será uma UE incapaz de estabilizar as novas fronteiras -- sociais, económicas, culturais, militares -- do alargamento. Será esse, a todos os níveis, um dos desafios fundamentais dos próximos anos.

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