nortadas: Vícios

07-08-2010
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A nova lei anti tabaco faz-me pensar que devia estar orgulhosa por viver num país que caminha a passos largos para a higienização dos seus hábitos, para a difusão da alimentação saudável e para a total abolição dos vícios mais horrendos, mas não estou. Concordo em linhas gerais com a proibição de fumar em determinados locais e contextos, acho que a saúde pública é evidentemente um bem a preservar, mas não gosto do espírito da coisa. Lembra-me uma cruzada, e eu não gosto de cruzadas sejam elas quais forem. E lembra-me também uma data de outras coisas de que não gosto. Não gosto do estilo clean e asséptico, embirro com ciclovias (já viram aquelas tiras pintadas de vermelho no chão das ruas de Matosinhos que fazem tremer de medo qualquer ciclista?) open spaces e decoração minimalista, não simpatizo com a discriminação dos gordos pelos magros, detesto ginástica aeróbica e personal trainers, e odeio ficar com fome no fim das refeições porque me serviram nouvelle cuisine e no prato só se viam duas cenourinhas baby a centenas de metros de uma tira de espargo e de um folhadinho baixinho e antipático com recheio incerto e indefinido. Também não sou adepta do estilo porco, feio e mau, mas deve haver algures qualquer conceito intermédio que permita gostar de sorvetes e costeletinhas e incluir uma boa dose de imperfeição, de fraqueza e de trangressão. Hoje li e reli o artigo do Vasco Pulido Valente no Público a propósito dos benefícios do tabaco. Fala de um ponto de vista de humanidade. E adorei.


A nova lei anti tabaco faz-me pensar que devia estar orgulhosa por viver num país que caminha a passos largos para a higienização dos seus hábitos, para a difusão da alimentação saudável e para a total abolição dos vícios mais horrendos, mas não estou. Concordo em linhas gerais com a proibição de fumar em determinados locais e contextos, acho que a saúde pública é evidentemente um bem a preservar, mas não gosto do espírito da coisa. Lembra-me uma cruzada, e eu não gosto de cruzadas sejam elas quais forem. E lembra-me também uma data de outras coisas de que não gosto. Não gosto do estilo clean e asséptico, embirro com ciclovias (já viram aquelas tiras pintadas de vermelho no chão das ruas de Matosinhos que fazem tremer de medo qualquer ciclista?) open spaces e decoração minimalista, não simpatizo com a discriminação dos gordos pelos magros, detesto ginástica aeróbica e personal trainers, e odeio ficar com fome no fim das refeições porque me serviram nouvelle cuisine e no prato só se viam duas cenourinhas baby a centenas de metros de uma tira de espargo e de um folhadinho baixinho e antipático com recheio incerto e indefinido. Também não sou adepta do estilo porco, feio e mau, mas deve haver algures qualquer conceito intermédio que permita gostar de sorvetes e costeletinhas e incluir uma boa dose de imperfeição, de fraqueza e de trangressão. Hoje li e reli o artigo do Vasco Pulido Valente no Público a propósito dos benefícios do tabaco. Fala de um ponto de vista de humanidade. E adorei.

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