Foto: pva 0602De ascendência ilustre - a mãe é a famosa "Mathotiana Rubra", de vistosas flores encarnadas - e nascida, corria o ano de 1953, em berço de ouro - no famoso viveiro portuense de Alfredo Moreira da Silva & Filhos - esta camélia, de seu nome "Augusto Leal de Gouveia Pinto", estava predestinada a grandes feitos. As suas flores, tais como as da mãe, são grandes e dobradas, com as sucessivas camadas de pétalas abrindo-se num arranjo de simetria perfeita; mas, em lugar do vermelho tinto uniforme da "Mathotiana", as pétalas exibem uma suave gradação rosa-lilás, rendilhada por venação mais escura e rematada por bordadura branca.A "Augusto Leal de Gouveia Pinto" é a nossa eleita como Imperatriz das Camélias - pois, sendo já toda e qualquer camélia rainha do Inverno, a mais bela não podia ser menos que imperatriz. Quando pela primeira vez a admirámos ainda ela para nós uma camélia anónima, e nem a sabíamos portuense de origem; mas logo foi evidente que o título honorífico lhe pertencia de direito. E, para aniquilar de vez a suspeita de bairrismo nesta distinção, quando na verdade qualquer juiz imparcial a corroboraria, saiba-se que a "Augusto Leal" foi uma das 200 plantas notáveis (e uma das duas únicas camélias) escolhidas em 2004 por uma comissão de peritos da Royal Horticultural Society para celebrar o bicentenário da instituição.Como é de regra com todos os portugueses (e portuguesas) que vencem lá fora, está na hora de a Pátria reconhecer pressurosamente o excelso mérito desta camélia portuense. Há o óbice de ela ser difícil de encontrar nos viveiros (nem sequer a firma Moreira da Silva a tem à venda); mas quem simplesmente a quiser admirar pode fazê-lo em muitos dos nossos jardins: no Palácio de Cristal (no canteiro à esquerda da entrada); na Casa das Artes (onde a foto em cima foi tirada); no Parque de São Roque (junto à casa); no jardim da Fundação Eng. António de Almeida; e no Parque de Serralves (jardim central).A natureza, obedecendo ao sábio preceito de guardar o melhor bocado para o fim, determinou que a floração da Imperatriz das Camélias fosse tardia: começa em Fevereiro, quando outras variedades já encerraram a temporada, e prolonga-se até Abril.
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Foto: pva 0602De ascendência ilustre - a mãe é a famosa "Mathotiana Rubra", de vistosas flores encarnadas - e nascida, corria o ano de 1953, em berço de ouro - no famoso viveiro portuense de Alfredo Moreira da Silva & Filhos - esta camélia, de seu nome "Augusto Leal de Gouveia Pinto", estava predestinada a grandes feitos. As suas flores, tais como as da mãe, são grandes e dobradas, com as sucessivas camadas de pétalas abrindo-se num arranjo de simetria perfeita; mas, em lugar do vermelho tinto uniforme da "Mathotiana", as pétalas exibem uma suave gradação rosa-lilás, rendilhada por venação mais escura e rematada por bordadura branca.A "Augusto Leal de Gouveia Pinto" é a nossa eleita como Imperatriz das Camélias - pois, sendo já toda e qualquer camélia rainha do Inverno, a mais bela não podia ser menos que imperatriz. Quando pela primeira vez a admirámos ainda ela para nós uma camélia anónima, e nem a sabíamos portuense de origem; mas logo foi evidente que o título honorífico lhe pertencia de direito. E, para aniquilar de vez a suspeita de bairrismo nesta distinção, quando na verdade qualquer juiz imparcial a corroboraria, saiba-se que a "Augusto Leal" foi uma das 200 plantas notáveis (e uma das duas únicas camélias) escolhidas em 2004 por uma comissão de peritos da Royal Horticultural Society para celebrar o bicentenário da instituição.Como é de regra com todos os portugueses (e portuguesas) que vencem lá fora, está na hora de a Pátria reconhecer pressurosamente o excelso mérito desta camélia portuense. Há o óbice de ela ser difícil de encontrar nos viveiros (nem sequer a firma Moreira da Silva a tem à venda); mas quem simplesmente a quiser admirar pode fazê-lo em muitos dos nossos jardins: no Palácio de Cristal (no canteiro à esquerda da entrada); na Casa das Artes (onde a foto em cima foi tirada); no Parque de São Roque (junto à casa); no jardim da Fundação Eng. António de Almeida; e no Parque de Serralves (jardim central).A natureza, obedecendo ao sábio preceito de guardar o melhor bocado para o fim, determinou que a floração da Imperatriz das Camélias fosse tardia: começa em Fevereiro, quando outras variedades já encerraram a temporada, e prolonga-se até Abril.