Dias com árvores: Desenhada para pássaros

18-12-2009
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Erythrina crista-galli no Jardim da CordoariaAs árvores e arbustos do género Erythrina, da família Leguminoseae, são de identificação fácil na presença das folhas pois estas são tipicamente trifoliadas, com pecíolo central mais longo e uma manguinha em cada folíolo. Os ramos são numerosos, hirtos, nodosos e, enquanto jovens, cobertos de espinhos.As flores nas cerca de 120 espécies, endémicas de áreas tropicais e subtropicais, exibem uma interacção fascinante com os diferentes pássaros que actuam na polinização: em algumas zonas asiáticas secas, os estames são longos e duros servindo como poleiros de onde o pássaro se alimenta e dessenta com o néctar, que é aquoso; noutras as pétalas são tubulares, como palhinhas de beber, adaptadas a colibris de bico longo; noutras ainda as flores, voltadas para dentro, parecem colheres de chá de onde o néctar goteja para delícia de pardais inquietos.A designação científica deste género, do grego erytrhós, alude à cor geralmente vermelha das flores. Os epítetos das espécies têm história mais divertida, que causou confusão considerável na literatura botânica. A espécie de folha variegada (verde com veios amarelos) foi a primeira a ser conhecida e a ser nomeada: passou a chamar-se Erythrina variegata. As formas não-variegadas que foram descobertas posteriormente, de início consideradas de outra espécie, receberam o nome Erythrina indica. Quando ficou claro que na verdade se tratavam de variedades de uma mesma espécie, houve que ajustar as designações científicas. Seguindo a regra que dá precedência ao nome mais antigo, E. variegata sobreviveu como a designação da espécie, passando a haver E. variegata var. indica e E. variegata var. variegata...Os exemplares das fotos vegetam no Jardim da Cordoaria (E. crista-galli, antes E. pulcherrima) e no Jardim Botânico do Porto. Há outros igualmente vistosos no Palácio de Cristal e num jardim particular do bairro do Campo Alegre. Mas no Porto a mais deslumbrante E. crista-galli (espécie da América do Sul, que prefere climas mais frios), com uma cascata de flores e folhas que faz parar o trânsito, está numa esquina da rua 5 de Outubro, no jardim de um palacete onde já funcionou o consulado de um país sul-americano.Erythrina variegata no Jardim Botânico do PortoFotos: pva 05


Erythrina crista-galli no Jardim da CordoariaAs árvores e arbustos do género Erythrina, da família Leguminoseae, são de identificação fácil na presença das folhas pois estas são tipicamente trifoliadas, com pecíolo central mais longo e uma manguinha em cada folíolo. Os ramos são numerosos, hirtos, nodosos e, enquanto jovens, cobertos de espinhos.As flores nas cerca de 120 espécies, endémicas de áreas tropicais e subtropicais, exibem uma interacção fascinante com os diferentes pássaros que actuam na polinização: em algumas zonas asiáticas secas, os estames são longos e duros servindo como poleiros de onde o pássaro se alimenta e dessenta com o néctar, que é aquoso; noutras as pétalas são tubulares, como palhinhas de beber, adaptadas a colibris de bico longo; noutras ainda as flores, voltadas para dentro, parecem colheres de chá de onde o néctar goteja para delícia de pardais inquietos.A designação científica deste género, do grego erytrhós, alude à cor geralmente vermelha das flores. Os epítetos das espécies têm história mais divertida, que causou confusão considerável na literatura botânica. A espécie de folha variegada (verde com veios amarelos) foi a primeira a ser conhecida e a ser nomeada: passou a chamar-se Erythrina variegata. As formas não-variegadas que foram descobertas posteriormente, de início consideradas de outra espécie, receberam o nome Erythrina indica. Quando ficou claro que na verdade se tratavam de variedades de uma mesma espécie, houve que ajustar as designações científicas. Seguindo a regra que dá precedência ao nome mais antigo, E. variegata sobreviveu como a designação da espécie, passando a haver E. variegata var. indica e E. variegata var. variegata...Os exemplares das fotos vegetam no Jardim da Cordoaria (E. crista-galli, antes E. pulcherrima) e no Jardim Botânico do Porto. Há outros igualmente vistosos no Palácio de Cristal e num jardim particular do bairro do Campo Alegre. Mas no Porto a mais deslumbrante E. crista-galli (espécie da América do Sul, que prefere climas mais frios), com uma cascata de flores e folhas que faz parar o trânsito, está numa esquina da rua 5 de Outubro, no jardim de um palacete onde já funcionou o consulado de um país sul-americano.Erythrina variegata no Jardim Botânico do PortoFotos: pva 05

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