Embalado por aquele jogo das inevitabilidades que isenta quem faz as escolhas de qualquer responsabilidade, segundo o próprio, Passos Coelho fez um acordo com José Sócrates para salvar o país da bancarrota. Graças aos nossos heróis, estamos salvos. Mas, entre outras, Passos Coelho não foi capaz de salvar os portugueses da tributação extraordinária dos seus subsídios de férias. Não era esse o seu objectivo e, se, de alguma forma, o acordo resultou em prejuízo para alguém, as desculpas foram apresentadas antes mesmo de conhecidos os efeitos de um pacto assinado de cruz. Relembre-se, o acordo visava apenas salvar o país da bancarrota e não da espiral de crise que, agora sim, inevitavelmente, lhe sucederá. E a frase mais ouvida nos últimos dias tem obstado à apreciação da capacidade negocial de Passos Coelho que, a existir, não deixaria intacta aquela máscara de plástico baratucho de estadista bonzinho com habilidades extraordinárias no que toca a satisfazer a crença idiota de que os problemas do país se resolvem reduzindo os salários aos políticos e condenando os beneficiários de prestações sociais a trabalhos forçados. A imprensa já decidiu. Será ele o próximo Primeiro-ministro. A acontecer, no essencial, as políticas serão as mesmas. Aquelas que a mesma imprensa apresenta como inevitabilidades não são o que distingue as únicas duas escolhas que vão servindo aos portugueses. Não há cá mais ninguém.
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Embalado por aquele jogo das inevitabilidades que isenta quem faz as escolhas de qualquer responsabilidade, segundo o próprio, Passos Coelho fez um acordo com José Sócrates para salvar o país da bancarrota. Graças aos nossos heróis, estamos salvos. Mas, entre outras, Passos Coelho não foi capaz de salvar os portugueses da tributação extraordinária dos seus subsídios de férias. Não era esse o seu objectivo e, se, de alguma forma, o acordo resultou em prejuízo para alguém, as desculpas foram apresentadas antes mesmo de conhecidos os efeitos de um pacto assinado de cruz. Relembre-se, o acordo visava apenas salvar o país da bancarrota e não da espiral de crise que, agora sim, inevitavelmente, lhe sucederá. E a frase mais ouvida nos últimos dias tem obstado à apreciação da capacidade negocial de Passos Coelho que, a existir, não deixaria intacta aquela máscara de plástico baratucho de estadista bonzinho com habilidades extraordinárias no que toca a satisfazer a crença idiota de que os problemas do país se resolvem reduzindo os salários aos políticos e condenando os beneficiários de prestações sociais a trabalhos forçados. A imprensa já decidiu. Será ele o próximo Primeiro-ministro. A acontecer, no essencial, as políticas serão as mesmas. Aquelas que a mesma imprensa apresenta como inevitabilidades não são o que distingue as únicas duas escolhas que vão servindo aos portugueses. Não há cá mais ninguém.