Clube de Reflexão Política: Rui Alexandre: Novos Velhos do Restelo

03-08-2010
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Ninguém melhor do que Camões definiu algum dia, numa simples imagem de um velho, a essência de todo um povo. Um velho que, para ironia dos tempos, era do Restelo, donde partiam os barcos para as Índias.
Esse velho, de cujo “peito esperto” saíram as palavras avisadas do perigo que nos esperava, representaria não mais do que o conservadorismo amedrontado de ir além do conhecido, ou seja, de pisar o risco ou mesmo ultrapassá-lo na certeza de que para lá dele está o futuro.
Hoje Portugal está, uma vez mais, numa encruzilhada de destinos e o que, como sempre, menos nos falta são os avisados velhos do Restelo que, de papo cheio, barriga farta, barba grisalha e nódoas de bom vinho na gravata avisam a navegação, com ar sério e indulgente, que mais uma vez se está a fazer tudo mal! Na televisão, na rádio, nos jornais destilam toda a sua bílis contra uma Nação que os não merece.
Esses velhos gritam alto e de peito feito os erros de cartilha, tão evidentes que só mesmo uma Nação muito alheada poderá descuidar. Mas eles, arautos do sucesso estão por cá, continuamente alerta para gritar aos barcos que partem.
Mas sim, o problema na verdade está na Nação. Afinal de contas esses velhos nunca ousaram ir além dos berros que soltam e por isso a Nação não os conhece como soluções. Depois vestem bem, bebem faustosamente, comem melhor ainda e põem, à segunda, nódoas na roupa que o povo, com sorte, veste ao domingo. Quem são esses velhos? Que têm para nos dizer que nós tenhamos paciência para ouvir?
Rui Estêvão Alexandre PolitólogoClube A Linha


Ninguém melhor do que Camões definiu algum dia, numa simples imagem de um velho, a essência de todo um povo. Um velho que, para ironia dos tempos, era do Restelo, donde partiam os barcos para as Índias.
Esse velho, de cujo “peito esperto” saíram as palavras avisadas do perigo que nos esperava, representaria não mais do que o conservadorismo amedrontado de ir além do conhecido, ou seja, de pisar o risco ou mesmo ultrapassá-lo na certeza de que para lá dele está o futuro.
Hoje Portugal está, uma vez mais, numa encruzilhada de destinos e o que, como sempre, menos nos falta são os avisados velhos do Restelo que, de papo cheio, barriga farta, barba grisalha e nódoas de bom vinho na gravata avisam a navegação, com ar sério e indulgente, que mais uma vez se está a fazer tudo mal! Na televisão, na rádio, nos jornais destilam toda a sua bílis contra uma Nação que os não merece.
Esses velhos gritam alto e de peito feito os erros de cartilha, tão evidentes que só mesmo uma Nação muito alheada poderá descuidar. Mas eles, arautos do sucesso estão por cá, continuamente alerta para gritar aos barcos que partem.
Mas sim, o problema na verdade está na Nação. Afinal de contas esses velhos nunca ousaram ir além dos berros que soltam e por isso a Nação não os conhece como soluções. Depois vestem bem, bebem faustosamente, comem melhor ainda e põem, à segunda, nódoas na roupa que o povo, com sorte, veste ao domingo. Quem são esses velhos? Que têm para nos dizer que nós tenhamos paciência para ouvir?
Rui Estêvão Alexandre PolitólogoClube A Linha

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