Octávio V. Gonçalves: Para os anais dos reveses socratinos

22-01-2011
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Decorridos cinco anos lectivos submetidos a uma governação socrática, com tanto de arrogante, como de equívoca e mal sucedida, não restam dúvidas, para quem está no terreno, que a escola pública está, hoje, em muito pior estado de funcionamento e de ânimo do que estava em 2005.
Temos, na actualidade, uma escola pública:
- mais facilitista e com os alunos da escolaridade obrigatória pior preparados;
- mais crispada, conflitual e cobiçosa do ponto de vista das relações interpessoais, tendo-se institucionalizado um clima de competitividade mal-sã que tem vindo a arruinar o espírito cooperativo e colaborante entre professores;
- com professores mais frustrados, desalentados e expectantes no fim do socratismo, de forma a retomarem o caminho do entusiasmo na escola e de um ensino exigente;
- onde o folclore e a burocracia inútil e contraproducente tomaram o lugar da focagem na formação e preparação exigentes dos alunos;
- menos democrática, permitindo que vão medrando alguns pequenos ditadores disfarçados de directores;
- orientada, por opções economicistas, para concentrações impessoais e desumanizadas de alunos;
- com limitadas e condicionadas possibilidades de formação contínua;
- onde faz de conta que os professores se avaliam rigorosa e seriamente uns aos outros.
Claro, há edifícios recuperados, um Plano Tecnológico que está muito aquém das metas iniciais e computadores e quadros interactivos pedagógica e didacticamente subaproveitados.
Além desta herança global, já é possível apontar alguns reveses concretos de posturas e medidas apresentadas como emblemáticas, mas que a luta dos professores e o quotidiano escolar constrangeram o ministério da Educação e Sócrates a enfiarem-nas no saco largo da mediocridade e da incompetência.
Há, no entanto, outras medidas que são absolutos fiascos, mas que ainda não são reveses, pelo facto de ainda continuarem a vegetar, nas escolas, no limbo do faz de conta, como são as aulas de substituição, a avaliação do desempenho, as aulas assistidas, a certificação de incompetências no âmbito das "Novas Oportunidades", a planificação socialista da formação contínua dos professores, o desajustamento curricular e pedagógico das AEC's ou a prepotência de alguns directores.
Em termos de reveses consumados, a lista, apenas reportada ao domínio da educação, vai longa e com tendência para esticar:
- a figura do professor titular e os concursos para titulares;
- as grelhas, evidências e portefólios de uma avaliação do desempenho absurda;
- a real indiferenciação entre faltas justificadas e injustificadas, no contexto da versão de Maria de Lurdes Rodrigues do Estatuto do Aluno;
- as provas de recuperação,  no contexto da versão de Maria de Lurdes Rodrigues do Estatuto do Aluno;
- o discurso de confrontação e de hostilização pública dos professores;
- a ausência de concurso público para o "Magalhães".
Ainda a propósito de reveses, aguardo pelo momento em que um jornalista mais ousado questione Sócrates pela razão ou razões que o levaram a ter deixado cair do seu discurso a avaliação de professores como desígnio da sua governação?


Decorridos cinco anos lectivos submetidos a uma governação socrática, com tanto de arrogante, como de equívoca e mal sucedida, não restam dúvidas, para quem está no terreno, que a escola pública está, hoje, em muito pior estado de funcionamento e de ânimo do que estava em 2005.
Temos, na actualidade, uma escola pública:
- mais facilitista e com os alunos da escolaridade obrigatória pior preparados;
- mais crispada, conflitual e cobiçosa do ponto de vista das relações interpessoais, tendo-se institucionalizado um clima de competitividade mal-sã que tem vindo a arruinar o espírito cooperativo e colaborante entre professores;
- com professores mais frustrados, desalentados e expectantes no fim do socratismo, de forma a retomarem o caminho do entusiasmo na escola e de um ensino exigente;
- onde o folclore e a burocracia inútil e contraproducente tomaram o lugar da focagem na formação e preparação exigentes dos alunos;
- menos democrática, permitindo que vão medrando alguns pequenos ditadores disfarçados de directores;
- orientada, por opções economicistas, para concentrações impessoais e desumanizadas de alunos;
- com limitadas e condicionadas possibilidades de formação contínua;
- onde faz de conta que os professores se avaliam rigorosa e seriamente uns aos outros.
Claro, há edifícios recuperados, um Plano Tecnológico que está muito aquém das metas iniciais e computadores e quadros interactivos pedagógica e didacticamente subaproveitados.
Além desta herança global, já é possível apontar alguns reveses concretos de posturas e medidas apresentadas como emblemáticas, mas que a luta dos professores e o quotidiano escolar constrangeram o ministério da Educação e Sócrates a enfiarem-nas no saco largo da mediocridade e da incompetência.
Há, no entanto, outras medidas que são absolutos fiascos, mas que ainda não são reveses, pelo facto de ainda continuarem a vegetar, nas escolas, no limbo do faz de conta, como são as aulas de substituição, a avaliação do desempenho, as aulas assistidas, a certificação de incompetências no âmbito das "Novas Oportunidades", a planificação socialista da formação contínua dos professores, o desajustamento curricular e pedagógico das AEC's ou a prepotência de alguns directores.
Em termos de reveses consumados, a lista, apenas reportada ao domínio da educação, vai longa e com tendência para esticar:
- a figura do professor titular e os concursos para titulares;
- as grelhas, evidências e portefólios de uma avaliação do desempenho absurda;
- a real indiferenciação entre faltas justificadas e injustificadas, no contexto da versão de Maria de Lurdes Rodrigues do Estatuto do Aluno;
- as provas de recuperação,  no contexto da versão de Maria de Lurdes Rodrigues do Estatuto do Aluno;
- o discurso de confrontação e de hostilização pública dos professores;
- a ausência de concurso público para o "Magalhães".
Ainda a propósito de reveses, aguardo pelo momento em que um jornalista mais ousado questione Sócrates pela razão ou razões que o levaram a ter deixado cair do seu discurso a avaliação de professores como desígnio da sua governação?

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