Octávio V Gonçalves: A arte socrática de "ingovernar"

03-08-2010
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ler mais AQUI... Imerso numa profunda crise financeira, económica e social, para o qual o PS deu um contributo prolongado e decisivo, o país vem assistindo à total incapacidade e inoperância de Sócrates para governar em minoria, refugiando-se ele próprio e outros altos dirigentes socialistas numa estratégia de instigação de conflitos políticos e institucionais absolutamente infantis e disparatados. Como a crise internacional já não disfarça a inépcia para implementar políticas consistentes de dinamização da economia, nem serve para desculpabilizar o actual estado de endividamento e de penúria das finanças públicas, explora-se ridiculamente o fantasma da ingovernabilidade, procurando-se lançar o ónus da mesma sobre qualquer coisa que mexa, desde os partidos da oposição ao Presidente da República, cuja tese da "intromissão", além de despropositada no caso, denota ignorância sobre a nossa arquitectura constitucional. No fundo, procura-se caldear a panela da vitimização de Sócrates (o PS ainda não percebeu que Sócrates é a grande vítima de Sócrates), de forma a fazer-se bingo: não reeleição de Cavaco e precipitação de eleições antecipadas na esperança da ressurreição de Sócrates. O problema é que os portugueses já experimentaram a solução socrática maioria e foi um tremendo flop. O paradoxo de Sócrates e o seu drama atávico são muito lineares: como pode alguém que foi muito pouco competente a governar em maioria absoluta, ser agora alguma coisa competente a governar em maioria relativa?Como se não bastasse a circunstância de Portugal ser um dos países onde se destrói mais emprego, ouvia alguém dizer, este fim-de-semana, nos microfones da rádio, que cerca de 50% das crianças que nascem na maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, não dispõem das condições familiares e económicas que lhes propiciem um desenvolvimento normal, sem recurso a ajudas e à caridade pública ou privada. A confirmar-se este registo, que me deixou verdadeiramente estarrecido, tal deveria constituir a maior marca de vergonha da (des)governação socrática. É isto um país de que nos possamos orgulhar?É exactamente para encobrir esta miséria e este atraso que Sócrates e os seus acólitos se atiram aos temas fracturantes e inventam guerrilhas e conflitos. E, neste particular, Cavaco Silva está carregado de razão.Há uma realidade mediatizada, como a dos casamentos homossexuais, que nos dá a aparência de progresso civilizacional e de estarmos no pelotão da frente, mas há uma realidade concreta, como o desemprego, os baixos salários, a miséria e as finanças públicas de cangalhas que nos atrasam irremediavelmente e nos atiram para o limiar da bancarrota.Sócrates já demonstrou, à saciedade, a sua vocação natural para “ingovernar”. A questão que prosaicamente os portugueses, mesmo alguns ingénuos que ainda acreditam em Sócrates, vão colocando é a seguinte: - quando é que estes gajos admitem a hipótese, mesmo que improvável, de começar a governar o país?


ler mais AQUI... Imerso numa profunda crise financeira, económica e social, para o qual o PS deu um contributo prolongado e decisivo, o país vem assistindo à total incapacidade e inoperância de Sócrates para governar em minoria, refugiando-se ele próprio e outros altos dirigentes socialistas numa estratégia de instigação de conflitos políticos e institucionais absolutamente infantis e disparatados. Como a crise internacional já não disfarça a inépcia para implementar políticas consistentes de dinamização da economia, nem serve para desculpabilizar o actual estado de endividamento e de penúria das finanças públicas, explora-se ridiculamente o fantasma da ingovernabilidade, procurando-se lançar o ónus da mesma sobre qualquer coisa que mexa, desde os partidos da oposição ao Presidente da República, cuja tese da "intromissão", além de despropositada no caso, denota ignorância sobre a nossa arquitectura constitucional. No fundo, procura-se caldear a panela da vitimização de Sócrates (o PS ainda não percebeu que Sócrates é a grande vítima de Sócrates), de forma a fazer-se bingo: não reeleição de Cavaco e precipitação de eleições antecipadas na esperança da ressurreição de Sócrates. O problema é que os portugueses já experimentaram a solução socrática maioria e foi um tremendo flop. O paradoxo de Sócrates e o seu drama atávico são muito lineares: como pode alguém que foi muito pouco competente a governar em maioria absoluta, ser agora alguma coisa competente a governar em maioria relativa?Como se não bastasse a circunstância de Portugal ser um dos países onde se destrói mais emprego, ouvia alguém dizer, este fim-de-semana, nos microfones da rádio, que cerca de 50% das crianças que nascem na maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, não dispõem das condições familiares e económicas que lhes propiciem um desenvolvimento normal, sem recurso a ajudas e à caridade pública ou privada. A confirmar-se este registo, que me deixou verdadeiramente estarrecido, tal deveria constituir a maior marca de vergonha da (des)governação socrática. É isto um país de que nos possamos orgulhar?É exactamente para encobrir esta miséria e este atraso que Sócrates e os seus acólitos se atiram aos temas fracturantes e inventam guerrilhas e conflitos. E, neste particular, Cavaco Silva está carregado de razão.Há uma realidade mediatizada, como a dos casamentos homossexuais, que nos dá a aparência de progresso civilizacional e de estarmos no pelotão da frente, mas há uma realidade concreta, como o desemprego, os baixos salários, a miséria e as finanças públicas de cangalhas que nos atrasam irremediavelmente e nos atiram para o limiar da bancarrota.Sócrates já demonstrou, à saciedade, a sua vocação natural para “ingovernar”. A questão que prosaicamente os portugueses, mesmo alguns ingénuos que ainda acreditam em Sócrates, vão colocando é a seguinte: - quando é que estes gajos admitem a hipótese, mesmo que improvável, de começar a governar o país?

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