Março 17, 2010 – O Insurgente

28-05-2010
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As alterações à lei das finanças regionais eram tão graves que justificavam uma ameaça de demissão. Tão graves que, apesar da catástrofe na Madeira, Teixeira dos Santos mantinha a sua opinião sobre o assunto, que «não tem absolutamente nada a ver com a situação dramática que se vive na Madeira».

Hoje o PS «congratula-se», via Antena1, com a promulgação das alterações à lei, precisamente porque o assunto tem tudo a ver com a catástrofe na Madeira.

De uma declaração à outra vão 20 dias. É cada vez menor o pudor com que este governo PS parece achar conseguir reescrever a História.

Na ficção 1984, reescrever a História fazia-se no período de tempo mais curto possível, também através da comunicação social: é que tinham descoberto que estar constantemente a reescrever a realidade era o modo mais eficaz de debilitar a memória de curto prazo, sem a qual é impossível comparar criticamente seja o que for. Em 1984 as notícias antigas eram destruídas quando substituídas por uma nova versão da realidade.* Hoje ainda nos vale a internet.

* Acerca de 1984. é curioso que as leituras mais comuns interpretem a personagem principal como um símbolo do cidadão que resiste. No entanto a personagem principal não é um mero cidadão, é um jornalista cuja função é a difusão da mensagem do Partido. E o livro não mostra alguém que resiste, mostra sim os mecanismos pelos quais se consegue fazer com que esses funcionários do poder neguem a sua capacidade crítica a favor da imagem do Partido. No fim não há resistência. E no processo só a há na intimidade de um quarto, e não sob qualquer forma de resistência cívica. O Partido sai imaculado.

Para uma ficção em que um cidadão resiste efectivamente ao colectivismo no poder, ler Anthem, de Ayn Rand.

As alterações à lei das finanças regionais eram tão graves que justificavam uma ameaça de demissão. Tão graves que, apesar da catástrofe na Madeira, Teixeira dos Santos mantinha a sua opinião sobre o assunto, que «não tem absolutamente nada a ver com a situação dramática que se vive na Madeira».

Hoje o PS «congratula-se», via Antena1, com a promulgação das alterações à lei, precisamente porque o assunto tem tudo a ver com a catástrofe na Madeira.

De uma declaração à outra vão 20 dias. É cada vez menor o pudor com que este governo PS parece achar conseguir reescrever a História.

Na ficção 1984, reescrever a História fazia-se no período de tempo mais curto possível, também através da comunicação social: é que tinham descoberto que estar constantemente a reescrever a realidade era o modo mais eficaz de debilitar a memória de curto prazo, sem a qual é impossível comparar criticamente seja o que for. Em 1984 as notícias antigas eram destruídas quando substituídas por uma nova versão da realidade.* Hoje ainda nos vale a internet.

* Acerca de 1984. é curioso que as leituras mais comuns interpretem a personagem principal como um símbolo do cidadão que resiste. No entanto a personagem principal não é um mero cidadão, é um jornalista cuja função é a difusão da mensagem do Partido. E o livro não mostra alguém que resiste, mostra sim os mecanismos pelos quais se consegue fazer com que esses funcionários do poder neguem a sua capacidade crítica a favor da imagem do Partido. No fim não há resistência. E no processo só a há na intimidade de um quarto, e não sob qualquer forma de resistência cívica. O Partido sai imaculado.

Para uma ficção em que um cidadão resiste efectivamente ao colectivismo no poder, ler Anthem, de Ayn Rand.

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