O Quatro: Obrigado por discordar

22-12-2009
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O meu caro Manuel Cabeça deu-se ao trabalho de discordar do meu post anterior, coisa que lhe agradeço. um comentário entre o prático e o tecnocrático com o qual não posso concordar;considero que o nosso sistema social se constroi com base na acção das pessoas, dos seus objectivos e interesses, dos seus momentos e circunstâncias, dos constrangimentos e das oportunidades que cada um vê em face de um dado contexto;reduzir essa construção social à sua estrutura (organizacional ou institucional) é reduzir a acção das pessoas a um determinismo que lhe é exterior e ficar por ele cerciado; ( Manuel Cabeça) E por isso resolvi explicar-me:Da reflexão não se pode intuir nada tecnocrático nem nenhum determinismo externo. O sistema de relações sociais é construído pelos homens e mulheres e não por nenhuma divindade (pelo menos é o que acredito). Estes organizam-se com regras que instituem (por exemplo e sem querer ser bíblico: não matar, não roubar, não violar..).Se o nosso sistema se organizasse como diz o que teríamos era o caos (não deixa de ser uma visão pragmática a sua) em que cada um agia segundo as suas próprias regras e com base nos seus impulsos e apetites.O meu escrito não é uma dissertação nem contém a verdade absoluta, é uma abordagem precisamente do ponto de vista organizacional.Se for redutor depreendo do seu comentário que limita a construção social à vontade do indivíduo, ao seu sentido de oportunidade, o que é, em extremo, uma relação de predadores e de presas. O que inviabilizaria a forma como nos organizamos.A minha abordagem refere como figura central o agente da acção e dos comportamentos padrão que dele se esperam.Com o conceito de “papel” indicamos sempre uma posição que vai para além da sua definição formal ou tradicional.Se quisermos chegar à unidade básica da vida social, ao elemento a que ela pode ser reduzida, não partimos do indivíduo isoladamente mas da relação social que se estabelece entre dois ou mais indivíduos.Posso dizer que existe relação social quando mais do que um indivíduo ou mesmo grupos de indivíduos tem expectativas recíprocas em relação ao comportamento dos outros (com quem interagem) de forma a que tendem a comportamentos padronizados.Sem essa rotina dos comportamentos padronizados a vida social teria demasiados factores de imprevisibilidade e a confiança seria quase nula (se bem que ela ande pelas ruas da amargura).Esta tendência das relações sociais para o comportamento padronizado acontece porque as pessoas trazem para as relações não a sua personalidade total mas sim aspectos da sua personalidade.Vai concordar comigo que por exemplo a imagem de um político ou outro profissional significa a sua apresentação social: Conhece-se deles a sua imagem e não a sua personalidade total.Contudo algumas relações implicam um envolvimento mais profundo das pessoas. A relação amorosa é um exemplo. Mas sobre ela não se edificam organizações como aqui se querem abordar. Estamos nos domínio do espontâneo, no campo da liberdade do sentimento.E não é sobre esse campo que escrevo.Não esqueça, este é apenas um dos lados do 4.Um abraço e obrigado por se dar ao trabalho de discordar


O meu caro Manuel Cabeça deu-se ao trabalho de discordar do meu post anterior, coisa que lhe agradeço. um comentário entre o prático e o tecnocrático com o qual não posso concordar;considero que o nosso sistema social se constroi com base na acção das pessoas, dos seus objectivos e interesses, dos seus momentos e circunstâncias, dos constrangimentos e das oportunidades que cada um vê em face de um dado contexto;reduzir essa construção social à sua estrutura (organizacional ou institucional) é reduzir a acção das pessoas a um determinismo que lhe é exterior e ficar por ele cerciado; ( Manuel Cabeça) E por isso resolvi explicar-me:Da reflexão não se pode intuir nada tecnocrático nem nenhum determinismo externo. O sistema de relações sociais é construído pelos homens e mulheres e não por nenhuma divindade (pelo menos é o que acredito). Estes organizam-se com regras que instituem (por exemplo e sem querer ser bíblico: não matar, não roubar, não violar..).Se o nosso sistema se organizasse como diz o que teríamos era o caos (não deixa de ser uma visão pragmática a sua) em que cada um agia segundo as suas próprias regras e com base nos seus impulsos e apetites.O meu escrito não é uma dissertação nem contém a verdade absoluta, é uma abordagem precisamente do ponto de vista organizacional.Se for redutor depreendo do seu comentário que limita a construção social à vontade do indivíduo, ao seu sentido de oportunidade, o que é, em extremo, uma relação de predadores e de presas. O que inviabilizaria a forma como nos organizamos.A minha abordagem refere como figura central o agente da acção e dos comportamentos padrão que dele se esperam.Com o conceito de “papel” indicamos sempre uma posição que vai para além da sua definição formal ou tradicional.Se quisermos chegar à unidade básica da vida social, ao elemento a que ela pode ser reduzida, não partimos do indivíduo isoladamente mas da relação social que se estabelece entre dois ou mais indivíduos.Posso dizer que existe relação social quando mais do que um indivíduo ou mesmo grupos de indivíduos tem expectativas recíprocas em relação ao comportamento dos outros (com quem interagem) de forma a que tendem a comportamentos padronizados.Sem essa rotina dos comportamentos padronizados a vida social teria demasiados factores de imprevisibilidade e a confiança seria quase nula (se bem que ela ande pelas ruas da amargura).Esta tendência das relações sociais para o comportamento padronizado acontece porque as pessoas trazem para as relações não a sua personalidade total mas sim aspectos da sua personalidade.Vai concordar comigo que por exemplo a imagem de um político ou outro profissional significa a sua apresentação social: Conhece-se deles a sua imagem e não a sua personalidade total.Contudo algumas relações implicam um envolvimento mais profundo das pessoas. A relação amorosa é um exemplo. Mas sobre ela não se edificam organizações como aqui se querem abordar. Estamos nos domínio do espontâneo, no campo da liberdade do sentimento.E não é sobre esse campo que escrevo.Não esqueça, este é apenas um dos lados do 4.Um abraço e obrigado por se dar ao trabalho de discordar

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