Mau Tempo no Canil: O caso do cartoon blasfemo (réplica)

29-05-2010
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Não, não me sinto a escarrar em ninguém - sequer em qualquer muçulmano - pelo facto de utilizar este cartoon. Sim, sinto que tentam escarrar em cima de mim quando vejo milhares a ulularem e a manifestarem-se de forma violenta contra o modo de vida ocidental, a invadirem representações diplomáticas ou a queimarem bandeiras da dinamarca, e mesmo da Noruega e da Suécia (a suiça que se cuide, que também tem uma cruz na bandeira). Sim, sinto que deixamos que escarrem em nós quando vejo altos responsáveis políticos (falo do nosso primeiro-ministro, falo) a dizer que "é preciso respeitar a dignidade dos outros", numa reacção que, sob a capa de moderação, só revela tibieza perante o mais primário fanatismo e intolerância.Há assuntos em que tudo o que não seja a mais absoluta firmeza representa, à la longue, um recuo civilizacional inaceitável. Qualquer dia temos manifestações no mundo árabe de indignação por aparecerem imagens de almoços e jantares de infiéis durante o mês do ramadão, e os nossos políticos vão pedir para que comamos intramuros durante esse mês. Qualquer dia os senhores não querem que as nossas rádios emitam durante os momentos das suas cinco orações diárias e nós vamos deixar que o silêncio impere. E se disserem que se sentem violentados por aparecerem miúdas de biquini? Ou por eu beber uma imperial numa esplanada? os exemplos são ridículos, são, mas em tese também o seria o exemplo da publicação de um cartoon a retratar maomé. E nós estamos a ceder.

Não, não me sinto a escarrar em ninguém - sequer em qualquer muçulmano - pelo facto de utilizar este cartoon. Sim, sinto que tentam escarrar em cima de mim quando vejo milhares a ulularem e a manifestarem-se de forma violenta contra o modo de vida ocidental, a invadirem representações diplomáticas ou a queimarem bandeiras da dinamarca, e mesmo da Noruega e da Suécia (a suiça que se cuide, que também tem uma cruz na bandeira). Sim, sinto que deixamos que escarrem em nós quando vejo altos responsáveis políticos (falo do nosso primeiro-ministro, falo) a dizer que "é preciso respeitar a dignidade dos outros", numa reacção que, sob a capa de moderação, só revela tibieza perante o mais primário fanatismo e intolerância.Há assuntos em que tudo o que não seja a mais absoluta firmeza representa, à la longue, um recuo civilizacional inaceitável. Qualquer dia temos manifestações no mundo árabe de indignação por aparecerem imagens de almoços e jantares de infiéis durante o mês do ramadão, e os nossos políticos vão pedir para que comamos intramuros durante esse mês. Qualquer dia os senhores não querem que as nossas rádios emitam durante os momentos das suas cinco orações diárias e nós vamos deixar que o silêncio impere. E se disserem que se sentem violentados por aparecerem miúdas de biquini? Ou por eu beber uma imperial numa esplanada? os exemplos são ridículos, são, mas em tese também o seria o exemplo da publicação de um cartoon a retratar maomé. E nós estamos a ceder.

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