No Prós e ContrasValeu a pena ter perdido (ganho) três horas a ver o «prós e contras». Tratou-se de verdadeiro serviço público pelo esclarecimento, pela informação transmitida e pelo debate de ideias que proporcionou.Os dois elementos da Comissão, Drs. José M. Almeida e Luís Campos, brilharam pelo conhecimento técnico e serenidade (sábia) dos esclarecimentos que prestaram. Todos ficámos a saber que o relatório foi elaborado gratuitamente como o serão as duas partes subsequentes que o irão complementar: Definição da Rede de Referenciação (hierarquia, fluxos); Organização interna dos SU e do fluxo interno de doentes.Concordo com o É-pá: «avançou-se muito no esclarecimento público da reestrutruração das urgências e levantaram-se questões prementes». Todas tiveram resposta, baseada em elementos técnicos e em informação quantitativa, não apenas em conversa.Saíram menos bem os 2 médicos «opositores», como foram chamados, que se apresentaram com um discurso:a) Muito corporativo, reindivicando mais pontos de urgência e mais lugares para médicos;b) Algo demagógico/irresponsável: manter todos os SAP actuais, «urgências em ruptura», «nós internistas é que somos responsáveis pelo 12º lugar atribuído pela OMS ao SNS», insistência na regulamentação da "consulta alargada" mas nada dizer quanto aos SAP actuais, etc.JMS após reconhecer que o artigo que escreveu no Público sobre a «urgência caótica dos HUC» se referia a um dia apenas (!!) disparou numa fúria leonina, não do clube que esse anda de juba caída, mas de membro da OM e campeão da reinvindicação (tudo para todos). Porém foi obtendo respostas técnicas e foi esmorecendo até que um médico de Valença, opositor da reestruturação, o pôs KO. Esse clínico defendeu a seguinte tese: o problema não é ter 1 ou 2 médicos à noite nos SAP da província/«mundo rural» mas muitos médicos em Lisboa, Porto e Coimbra. Deu como exemplo «a cidade de JMS onde há 100 médicos á noite para 35 doentes!».JMS não mais abriu a boca (note-se que a sua intervenção inicial foi a reinvidicar a abertura de mais SAP para evitar a ruptura da urgência em Coimbra!).O MS esclareceu depois que na maioria das zonas rurais não havia falta de médicos de família (há 1 médico para 1300 ou 1400 pessoas) mas sim nalgumas cidades (deu o exemplo de Setúbal) e reconheceu que seria difícil fechar um dos 2 hospitais de Coimbra (nada disse quanto à possibilidade de articulação dos hospitais para disponibilizarem uma urgência apenas).Comprovou-se a boa vontade dos autarcas mas também a sua ignorância do que estava em causa e dos efeitos da solução proposta. A culpa não é deles com certeza, mas o que é essencial é que todos ficaram (ficámos) esclarecidos.O único ponto negativo foi a hora em que o programa foi para o ar («...tarde e a más horas», como refere o E-PÁ). COSME ÉTHICOEtiquetas: Cosmético
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No Prós e ContrasValeu a pena ter perdido (ganho) três horas a ver o «prós e contras». Tratou-se de verdadeiro serviço público pelo esclarecimento, pela informação transmitida e pelo debate de ideias que proporcionou.Os dois elementos da Comissão, Drs. José M. Almeida e Luís Campos, brilharam pelo conhecimento técnico e serenidade (sábia) dos esclarecimentos que prestaram. Todos ficámos a saber que o relatório foi elaborado gratuitamente como o serão as duas partes subsequentes que o irão complementar: Definição da Rede de Referenciação (hierarquia, fluxos); Organização interna dos SU e do fluxo interno de doentes.Concordo com o É-pá: «avançou-se muito no esclarecimento público da reestrutruração das urgências e levantaram-se questões prementes». Todas tiveram resposta, baseada em elementos técnicos e em informação quantitativa, não apenas em conversa.Saíram menos bem os 2 médicos «opositores», como foram chamados, que se apresentaram com um discurso:a) Muito corporativo, reindivicando mais pontos de urgência e mais lugares para médicos;b) Algo demagógico/irresponsável: manter todos os SAP actuais, «urgências em ruptura», «nós internistas é que somos responsáveis pelo 12º lugar atribuído pela OMS ao SNS», insistência na regulamentação da "consulta alargada" mas nada dizer quanto aos SAP actuais, etc.JMS após reconhecer que o artigo que escreveu no Público sobre a «urgência caótica dos HUC» se referia a um dia apenas (!!) disparou numa fúria leonina, não do clube que esse anda de juba caída, mas de membro da OM e campeão da reinvindicação (tudo para todos). Porém foi obtendo respostas técnicas e foi esmorecendo até que um médico de Valença, opositor da reestruturação, o pôs KO. Esse clínico defendeu a seguinte tese: o problema não é ter 1 ou 2 médicos à noite nos SAP da província/«mundo rural» mas muitos médicos em Lisboa, Porto e Coimbra. Deu como exemplo «a cidade de JMS onde há 100 médicos á noite para 35 doentes!».JMS não mais abriu a boca (note-se que a sua intervenção inicial foi a reinvidicar a abertura de mais SAP para evitar a ruptura da urgência em Coimbra!).O MS esclareceu depois que na maioria das zonas rurais não havia falta de médicos de família (há 1 médico para 1300 ou 1400 pessoas) mas sim nalgumas cidades (deu o exemplo de Setúbal) e reconheceu que seria difícil fechar um dos 2 hospitais de Coimbra (nada disse quanto à possibilidade de articulação dos hospitais para disponibilizarem uma urgência apenas).Comprovou-se a boa vontade dos autarcas mas também a sua ignorância do que estava em causa e dos efeitos da solução proposta. A culpa não é deles com certeza, mas o que é essencial é que todos ficaram (ficámos) esclarecidos.O único ponto negativo foi a hora em que o programa foi para o ar («...tarde e a más horas», como refere o E-PÁ). COSME ÉTHICOEtiquetas: Cosmético