Público14 de Outubro de 2008________________________________________Marco António CostaVice-presidente da Câmara de Gaia e administrador não-executivo da Metro do Porto O modo como as propostas de evolução para os próximos anos da rede do Metro do Porto chegaram ao conhecimento dos administradores não-executivos da empresa, aos autarcas do Grande Porto e à população é bem elucidativo dos métodos centralistas de decisão e da necessidade imperiosa de regionalizar Portugal.Assim como é absolutamente evidente o prejuízo causado por estas mesmas propostas terem sido elaboradas envoltas de um secretismo injustificado, na medida em que as mesmas suscitam um coro de reacções negativas, atento o facto de terem pressupostos de execução temporal alargadíssimo e dissociado daquilo que tem acontecido noutro tipo de investimentos na Região de Lisboa e de Vale do Tejo.O nascimento do Metro do Porto é uma história bem conhecida: o papel que os autarcas tiveram na sua criação e implantação no terreno e as dificuldades que tiveram em convencer o Estado central da bondade do projecto. A verdade é que não fora a tenacidade e a capacidade política dos presidentes de câmara da região e ainda hoje se estaria a discutir o "Metro de papel".Importa também salientar que pessoas como o ministro Jorge Coelho tiveram um papel muito positivo na consolidação e desenvolvimento deste projecto. Foi a união de vontades e a força política que daí resultou que permitiram ultrapassar resistências, incompreensões e distâncias partidárias.(...)Chegados ao ponto a que chegamos, sem negar que terá havido erros de percurso e decisões questionáveis, a obra está no terreno, funciona bem, é motivo de orgulho dos cidadãos do Grande Porto e geralmente pretexto de elogios. Isto, como já se disse, até há dois/três anos, altura em que se percebeu que o Governo queria exercer os seus direitos de grande financiador "nacionalizando" o projecto ao assumir a maioria do capital e controlar a gestão da empresa.(...)É minha convicção que assuntos estratégicos como o Metro do Porto ou o futuro do Aeroporto Francisco Sá Carneiro devem merecer das forças vivas e das instituições da região um inconformismo e uma determinação na defesa dos mesmos capazes de fazer sentir ao Estado centralista e macrocéfalo que diariamente se agiganta que não nos intimidamos com os decibéis das suas ameaças veladas.Com a mesma determinação, temos que exigir a regionalização. Não para o único bem do Norte ou de outras regiões, mas porque o desenvolvimento harmonioso de Portugal assim o exige..
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Público14 de Outubro de 2008________________________________________Marco António CostaVice-presidente da Câmara de Gaia e administrador não-executivo da Metro do Porto O modo como as propostas de evolução para os próximos anos da rede do Metro do Porto chegaram ao conhecimento dos administradores não-executivos da empresa, aos autarcas do Grande Porto e à população é bem elucidativo dos métodos centralistas de decisão e da necessidade imperiosa de regionalizar Portugal.Assim como é absolutamente evidente o prejuízo causado por estas mesmas propostas terem sido elaboradas envoltas de um secretismo injustificado, na medida em que as mesmas suscitam um coro de reacções negativas, atento o facto de terem pressupostos de execução temporal alargadíssimo e dissociado daquilo que tem acontecido noutro tipo de investimentos na Região de Lisboa e de Vale do Tejo.O nascimento do Metro do Porto é uma história bem conhecida: o papel que os autarcas tiveram na sua criação e implantação no terreno e as dificuldades que tiveram em convencer o Estado central da bondade do projecto. A verdade é que não fora a tenacidade e a capacidade política dos presidentes de câmara da região e ainda hoje se estaria a discutir o "Metro de papel".Importa também salientar que pessoas como o ministro Jorge Coelho tiveram um papel muito positivo na consolidação e desenvolvimento deste projecto. Foi a união de vontades e a força política que daí resultou que permitiram ultrapassar resistências, incompreensões e distâncias partidárias.(...)Chegados ao ponto a que chegamos, sem negar que terá havido erros de percurso e decisões questionáveis, a obra está no terreno, funciona bem, é motivo de orgulho dos cidadãos do Grande Porto e geralmente pretexto de elogios. Isto, como já se disse, até há dois/três anos, altura em que se percebeu que o Governo queria exercer os seus direitos de grande financiador "nacionalizando" o projecto ao assumir a maioria do capital e controlar a gestão da empresa.(...)É minha convicção que assuntos estratégicos como o Metro do Porto ou o futuro do Aeroporto Francisco Sá Carneiro devem merecer das forças vivas e das instituições da região um inconformismo e uma determinação na defesa dos mesmos capazes de fazer sentir ao Estado centralista e macrocéfalo que diariamente se agiganta que não nos intimidamos com os decibéis das suas ameaças veladas.Com a mesma determinação, temos que exigir a regionalização. Não para o único bem do Norte ou de outras regiões, mas porque o desenvolvimento harmonioso de Portugal assim o exige..