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Diogo da Silveira: troca de acções ajudará Portucel
28 Mai 2015 Alexandre Frade Batista
alexandre.batista@economico.pt
Numa entrevista à Reuters, o CEO da Portucel falou publicamente sobre a proposta de troca de acções. Aumentará o ‘free float' da Portucel, diz. Anunciou ainda aumento do preço do UWF.
"A teoria dos mercados de capital reconhece que, por regra, mais ‘free float' e mais liquidez devem permitir maior interesse nas nossas acções pelos accionistas". Diogo da Silveira, numa entrevista publicada pela Reuters nesta quinta-feira, diz ainda que alguns investidores estão limitados pela dimensão do ‘free float' da companhia.
O CEO da Portucel referia-se à operação anunciada pela Semapa, holding que controla 76% do capital da Portucel, e que propõe uma troca de acções: 1 sua por 3,4 da empresa da indústria do papel. A proposta será apresentada em assembleia de accionistas no dia 23 de Junho.
Noutro capítulo, Silveira afirma que o reforço de pasta de papel que o Brasil está a colocar no mercado não é motivo para preocupação. A empresa portuguesa espera mesmo que os preços estabilizem no segundo semestre, após as fortes subidas já verificadas ao longo deste ano - na sequência disto, as acções da Portucel já subiram 26% em 2015.
A precaução na colocação de mais pasta de papel no mercado, por parte dos brasileiros - os quais "já mostraram que conseguem gerir a nova capacidade de maneira adequada" - e a forte procura, impedirão os preços de cair, disse. Assim, "o impacto não será tão extenso como temíamos há três ou seis meses", explicou ao jornalista da Reuters.
"Certamente, o segundo semestre será mais calmo, mas não haverá reviravolta" nos preços, afirmou Silveira, que assume haver muita conversa sobre esta possibilidade. Ainda assim, a queda "não acontecerá". Não antecipando subida de preço, também não espera que caiam para os valores de há seis meses.
Sobre o papel UWF (no qual a Portucel é líder europeu, comercializando-o, por exemplo, na marca Navigator), diz que a procura foi menos pronunciada "mas não houve um declínio. Vi análises de mercado de que, na Europa, a procura iria cair muito. Mas não, é mais plana, talvez caia 0,2% anualmente, o que é uma pequena proporção".
Apesar disto, garante, a Portucel vai elevar o preço do UWF em 3 a 5%, a partir de Julho, o segundo aumento do ano. O CEO da companhia justifica-o com a subida do preço da pasta de papel.
Por fim, quanto à investigação das autoridades norte-americanas em vários países, incluindo Portugal, sobre alegado ‘dumping', e que poderá levar ao tabelamento de preços de produtos de papel, revelou não esperar "impacto significativo" da investigação nas vendas nos EUA. Estas, recorde-se, valem 10% do total da Portucel.
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Diogo da Silveira: troca de acções ajudará Portucel
28 Mai 2015 Alexandre Frade Batista
alexandre.batista@economico.pt
Numa entrevista à Reuters, o CEO da Portucel falou publicamente sobre a proposta de troca de acções. Aumentará o ‘free float' da Portucel, diz. Anunciou ainda aumento do preço do UWF.
"A teoria dos mercados de capital reconhece que, por regra, mais ‘free float' e mais liquidez devem permitir maior interesse nas nossas acções pelos accionistas". Diogo da Silveira, numa entrevista publicada pela Reuters nesta quinta-feira, diz ainda que alguns investidores estão limitados pela dimensão do ‘free float' da companhia.
O CEO da Portucel referia-se à operação anunciada pela Semapa, holding que controla 76% do capital da Portucel, e que propõe uma troca de acções: 1 sua por 3,4 da empresa da indústria do papel. A proposta será apresentada em assembleia de accionistas no dia 23 de Junho.
Noutro capítulo, Silveira afirma que o reforço de pasta de papel que o Brasil está a colocar no mercado não é motivo para preocupação. A empresa portuguesa espera mesmo que os preços estabilizem no segundo semestre, após as fortes subidas já verificadas ao longo deste ano - na sequência disto, as acções da Portucel já subiram 26% em 2015.
A precaução na colocação de mais pasta de papel no mercado, por parte dos brasileiros - os quais "já mostraram que conseguem gerir a nova capacidade de maneira adequada" - e a forte procura, impedirão os preços de cair, disse. Assim, "o impacto não será tão extenso como temíamos há três ou seis meses", explicou ao jornalista da Reuters.
"Certamente, o segundo semestre será mais calmo, mas não haverá reviravolta" nos preços, afirmou Silveira, que assume haver muita conversa sobre esta possibilidade. Ainda assim, a queda "não acontecerá". Não antecipando subida de preço, também não espera que caiam para os valores de há seis meses.
Sobre o papel UWF (no qual a Portucel é líder europeu, comercializando-o, por exemplo, na marca Navigator), diz que a procura foi menos pronunciada "mas não houve um declínio. Vi análises de mercado de que, na Europa, a procura iria cair muito. Mas não, é mais plana, talvez caia 0,2% anualmente, o que é uma pequena proporção".
Apesar disto, garante, a Portucel vai elevar o preço do UWF em 3 a 5%, a partir de Julho, o segundo aumento do ano. O CEO da companhia justifica-o com a subida do preço da pasta de papel.
Por fim, quanto à investigação das autoridades norte-americanas em vários países, incluindo Portugal, sobre alegado ‘dumping', e que poderá levar ao tabelamento de preços de produtos de papel, revelou não esperar "impacto significativo" da investigação nas vendas nos EUA. Estas, recorde-se, valem 10% do total da Portucel.