Albuquerque: Antecipação do reembolso ao FMI só com juros abaixo de 3%

13-09-2014
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Albuquerque: Antecipação do reembolso ao FMI só com juros abaixo de 3%

Lusa

Ontem 20:51

A ministra das Finanças disse hoje que Portugal terá condições para equacionar reembolsar antecipadamente o empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) quando os juros da dívida estiverem abaixo dos 3% e o país tenha menores necessidades de financiamento.

Maria Luís Albuquerque deu hoje uma conferência de imprensa após ter participado na reunião informal do Eurogrupo (ministros das Finanças da zona euro), em Milão. A ministra disse que, no encontro, pediu a palavra para saudar a intenção da Irlanda de fazer antecipadamente o reembolso do empréstimo do FMI e ainda que demonstrou que Portugal "poderia vir a ter interesse no futuro em fazer um pedido equivalente".

Questionada pelos jornalistas sobre quando é que isso poderá acontecer, a ministra não quis adiantar um prazo, referindo que é necessário que vários elementos se conjuguem para Portugal poder pagar antecipadamente parte dos 25 mil milhões de euros emprestados pelo FMI no âmbito do programa de resgate.

A ministra tentou também evitar falar num valor de referência em termos de taxas de juro para que esse reembolso antecipado aconteça, de modo a não criar uma "obsessão".

Maria Luís Albuquerque foi mais longe e disse que para isso acontecer as taxas da dívida teriam de estar abaixo dos 3% - uma vez que Portugal tem de ir aos mercados buscar o dinheiro para devolver ao FMI - e que teria também de ser um momento em que o país tivesse menores necessidades regulares de financiamento.

"Teríamos de ir abaixo dos 3% e teria de ser uma altura em que não tivéssemos de ir buscar muito dinheiro ao mercado para fazer outro reembolso", detalhou.

Perto das 19:00 (hora de Lisboa), os juros da dívida soberana de Portugal negociavam nos 3,235% no prazo a 10 anos, no mercado secundário, enquanto os da Irlanda seguiam a transaccionar nos 1,852%.

"Quando tivermos uma situação em que se conjugue o diferencial de taxas e a possibilidade de aceder ao mercado em quantidade suficiente, sem perturbar o funcionamento do mercado, far-se-á" o reembolso antecipado, acrescentou ainda a governante.

A ministra não quis adiantar o valor em juros que Portugal poderá poupar, já que depende do preço a que se financiar no mercado e das quantidades a amortizar, mas disse que neste momento a poupança de juros seria "pouco significa", uma vez que as taxas cobradas por emprestar dinheiro a Portugal estão "substancialmente acima das irlandesas".

O Eurogrupo aceitou hoje iniciar os procedimentos para que a Irlanda possa reembolsar antecipadamente os cerca de 18 mil milhões de euros dos 22,5 mil milhões emprestados pelo FMI, no âmbito do programa de assistência internacional no valor global de 85 mil milhões de euros.

Tal ainda não significa uma 'luz verde' formal, uma vez que há países em que a intenção irlandesa tem de passar pela aprovação dos respectivos parlamentos, caso da Alemanha, e no caso da Suécia há eleições legislativas este domingo, o que atrasa o processo.

A antecipação do pagamento do empréstimo do FMI necessita da autorização dos parceiros europeus, já que nos contratos dos resgates ficou estabelecido que, se os empréstimos do FMI fossem reembolsados antes do prazo, os credores europeus teriam o direito de exigir o mesmo.

Já Portugal pediu emprestados cerca de 25 mil milhões de euros ao FMI, do pacote total de quase 78 mil milhões de euros, e a intenção do Governo será de apenas reembolsar as primeiras tranches a vencer.

A ministra das Finanças disse também, na conferência de imprensa, que o pagamento antecipado ao FMI não significa que a instituição deixe de acompanhar as contas públicas e as reformas económicas enquanto elemento da 'troika'.

Albuquerque: Antecipação do reembolso ao FMI só com juros abaixo de 3%

Lusa

Ontem 20:51

A ministra das Finanças disse hoje que Portugal terá condições para equacionar reembolsar antecipadamente o empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) quando os juros da dívida estiverem abaixo dos 3% e o país tenha menores necessidades de financiamento.

Maria Luís Albuquerque deu hoje uma conferência de imprensa após ter participado na reunião informal do Eurogrupo (ministros das Finanças da zona euro), em Milão. A ministra disse que, no encontro, pediu a palavra para saudar a intenção da Irlanda de fazer antecipadamente o reembolso do empréstimo do FMI e ainda que demonstrou que Portugal "poderia vir a ter interesse no futuro em fazer um pedido equivalente".

Questionada pelos jornalistas sobre quando é que isso poderá acontecer, a ministra não quis adiantar um prazo, referindo que é necessário que vários elementos se conjuguem para Portugal poder pagar antecipadamente parte dos 25 mil milhões de euros emprestados pelo FMI no âmbito do programa de resgate.

A ministra tentou também evitar falar num valor de referência em termos de taxas de juro para que esse reembolso antecipado aconteça, de modo a não criar uma "obsessão".

Maria Luís Albuquerque foi mais longe e disse que para isso acontecer as taxas da dívida teriam de estar abaixo dos 3% - uma vez que Portugal tem de ir aos mercados buscar o dinheiro para devolver ao FMI - e que teria também de ser um momento em que o país tivesse menores necessidades regulares de financiamento.

"Teríamos de ir abaixo dos 3% e teria de ser uma altura em que não tivéssemos de ir buscar muito dinheiro ao mercado para fazer outro reembolso", detalhou.

Perto das 19:00 (hora de Lisboa), os juros da dívida soberana de Portugal negociavam nos 3,235% no prazo a 10 anos, no mercado secundário, enquanto os da Irlanda seguiam a transaccionar nos 1,852%.

"Quando tivermos uma situação em que se conjugue o diferencial de taxas e a possibilidade de aceder ao mercado em quantidade suficiente, sem perturbar o funcionamento do mercado, far-se-á" o reembolso antecipado, acrescentou ainda a governante.

A ministra não quis adiantar o valor em juros que Portugal poderá poupar, já que depende do preço a que se financiar no mercado e das quantidades a amortizar, mas disse que neste momento a poupança de juros seria "pouco significa", uma vez que as taxas cobradas por emprestar dinheiro a Portugal estão "substancialmente acima das irlandesas".

O Eurogrupo aceitou hoje iniciar os procedimentos para que a Irlanda possa reembolsar antecipadamente os cerca de 18 mil milhões de euros dos 22,5 mil milhões emprestados pelo FMI, no âmbito do programa de assistência internacional no valor global de 85 mil milhões de euros.

Tal ainda não significa uma 'luz verde' formal, uma vez que há países em que a intenção irlandesa tem de passar pela aprovação dos respectivos parlamentos, caso da Alemanha, e no caso da Suécia há eleições legislativas este domingo, o que atrasa o processo.

A antecipação do pagamento do empréstimo do FMI necessita da autorização dos parceiros europeus, já que nos contratos dos resgates ficou estabelecido que, se os empréstimos do FMI fossem reembolsados antes do prazo, os credores europeus teriam o direito de exigir o mesmo.

Já Portugal pediu emprestados cerca de 25 mil milhões de euros ao FMI, do pacote total de quase 78 mil milhões de euros, e a intenção do Governo será de apenas reembolsar as primeiras tranches a vencer.

A ministra das Finanças disse também, na conferência de imprensa, que o pagamento antecipado ao FMI não significa que a instituição deixe de acompanhar as contas públicas e as reformas económicas enquanto elemento da 'troika'.

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