Igreja de St@. LGBT

29-01-2012
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Não posso deixar de exprimir a minha extrema discordância com o ponto de vista defendido pelo Tiago Moreira Ramalho em relação ao papel da ICAR (que se poderia estender ao das outras religiões) na sociedade portuguesa.

Não posso deixar de discordar porque julgo que sofre de uma frequente e omnipresente forma de proselitismo anti discurso religioso na nossa sociedade, e de uma certa concepção não de liberdade religiosa e de um estado laico, mas de uma forma laicista e activamente castradora do discurso religioso que em alguma circunstância se aproxime do funcionamento do processo legislativo e do estado. Ainda mais vindo de um anunciado liberal.

É inconcebível (julgo que pelo menos para um liberal) que a liberdade de associação, a liberdade de expressão e a igualdade perante a lei sejam limitadas pelo discurso que indivíduo ou associação optem por defender.

Não é defensável que a adesão livre de uma pessoa a uma associação ou o facto de apoiar certas linhas de pensamento ideológico ou de visões da sociedade sejam de alguma forma uma razão e justificação de limitação dos seus direitos cívicos e da sua possibilidade de participação no processo democrático.

É até curioso ler de tão furioso defensor de que a ICAR deva ser colocada “no seu devido lugar” que deve ser reconhecida uma separação entre “sociedade civil” e “os religiosos”. Não são afinal para um estado laico e não confessional as religiões tão somente outras associações que emanam da sociedade? Tem que ser afinal diferente o tratamento dado pelo estado a um conclave religioso do conclave que se faz nas reuniões da ILGA ou da Opus Gay?

Os tais eleitores e legisladores laicos, assépticos e limpinhos, sem ideologia e sem causas em que o Tiago parece acreditar, lamento trazer-lhe a notícia, não existem. Qualquer pessoa que está sentada no hemiciclo da assembleia da república é tão somente o somatório das suas influências e dos seus lobbies.

Venha defender-me que esse lobbies, essas ideologias e essas causas devam ser limitadas na capacidade de impor de forma coerciva a sua vontade sobre os outros por um ordenamento liberal do estado, e terá de mim todo o apoio e respeito. Mas defender que a ICAR não tem o direito legítimo de emitir as suas opiniões e de influenciar os seus fiéis, quaisquer que sejam, quando se pretende atribuir ou se louva essa intervenção nas “religiões laicas” que por aí abundam, parece-me profundamente hipócrita.

Leitura adicional: Regras legais universais.

Não posso deixar de exprimir a minha extrema discordância com o ponto de vista defendido pelo Tiago Moreira Ramalho em relação ao papel da ICAR (que se poderia estender ao das outras religiões) na sociedade portuguesa.

Não posso deixar de discordar porque julgo que sofre de uma frequente e omnipresente forma de proselitismo anti discurso religioso na nossa sociedade, e de uma certa concepção não de liberdade religiosa e de um estado laico, mas de uma forma laicista e activamente castradora do discurso religioso que em alguma circunstância se aproxime do funcionamento do processo legislativo e do estado. Ainda mais vindo de um anunciado liberal.

É inconcebível (julgo que pelo menos para um liberal) que a liberdade de associação, a liberdade de expressão e a igualdade perante a lei sejam limitadas pelo discurso que indivíduo ou associação optem por defender.

Não é defensável que a adesão livre de uma pessoa a uma associação ou o facto de apoiar certas linhas de pensamento ideológico ou de visões da sociedade sejam de alguma forma uma razão e justificação de limitação dos seus direitos cívicos e da sua possibilidade de participação no processo democrático.

É até curioso ler de tão furioso defensor de que a ICAR deva ser colocada “no seu devido lugar” que deve ser reconhecida uma separação entre “sociedade civil” e “os religiosos”. Não são afinal para um estado laico e não confessional as religiões tão somente outras associações que emanam da sociedade? Tem que ser afinal diferente o tratamento dado pelo estado a um conclave religioso do conclave que se faz nas reuniões da ILGA ou da Opus Gay?

Os tais eleitores e legisladores laicos, assépticos e limpinhos, sem ideologia e sem causas em que o Tiago parece acreditar, lamento trazer-lhe a notícia, não existem. Qualquer pessoa que está sentada no hemiciclo da assembleia da república é tão somente o somatório das suas influências e dos seus lobbies.

Venha defender-me que esse lobbies, essas ideologias e essas causas devam ser limitadas na capacidade de impor de forma coerciva a sua vontade sobre os outros por um ordenamento liberal do estado, e terá de mim todo o apoio e respeito. Mas defender que a ICAR não tem o direito legítimo de emitir as suas opiniões e de influenciar os seus fiéis, quaisquer que sejam, quando se pretende atribuir ou se louva essa intervenção nas “religiões laicas” que por aí abundam, parece-me profundamente hipócrita.

Leitura adicional: Regras legais universais.

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