Bom dia,
Se olhar para a imagem da primeira página do Expresso aqui em cima e se depois reparar nos meus dez destaques de hoje da edição do Expresso desta semana, pode ser levado a pensar que endoideci. Então os três temas do topo da primeira (mais 11 casos de racismo nas policias que estão a ser investigados; o Exército que vai fechar os paióis de Tancos; a esquerda que não se entende e põe em risco a aprovação da reforma da política florestal no Parlamento) não são referidos na newsletter? Ele passou-se!
Não, foi mesmo propositado. Serve para mostrar como o Expresso tem muita coisa para ler. Muita coisa de qualidade. Muita coisa de qualidade que nem aparece no topo da capa. Ora veja:
1. Mossul, o preço amargo da liberdade
Na edição de hoje publicamos uma reportagem de Paulo Moura em Mossul, a primeira para o Expresso do conceituado antigo repórter do Público.
"Na página de Facebook de Karam Abed Alheaby não há imagens de violência. Apenas selfies junto ao rio ou apresentando trabalhos na universidade. Sempre com um corte de cabelo geométrico, o bigodinho rigorosamente aparado. Hoje está retido na margem poeirenta do Tigre, porque a ponte metálica improvisada pelos militares e que leva à zona ocidental de Mossul foi cortada. As outras foram destruídas. Centenas de pessoas, com sacos e caixotes, aguardam. Uns querem regressar a casa, outros trabalham na margem oriental e vivem na ocidental. A alternativa seria uma longa volta pelos arredores."
2. SEF sob pressão para despachar passageiros que chegam a Lisboa
Os inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa têm sido alvo de pressões para que deixem passar mais depressa os passageiros no controlo de passaportes, para reduzir os tempos de espera de quem chega a Portugal. “Temos sido pressionados pela concessionária e pelo Governo”, assegura ao Expresso o presidente do sindicato dos trabalhadores do SEF, Acácio Pereira. “Somos pressionados todos os dias”, diz.
Outra fonte do SEF vai mais longe e estende a acusação à TAP, assegurando ao Expresso que são “muito comuns” os telefonemas de responsáveis da companhia aérea para chefes de turno do SEF, exigindo tratamento prioritário para os seus passageiros que têm voos de ligação e precisam de passar no controlo de passaportes.
3. PSD admite propor novo inquérito à Caixa
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, admite que o partido poderá propor uma nova comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), tendo em conta a decisão de PS, BE e PCP de concluir a atual CPI antes de o Parlamento ter recebido documentação considerada essencial para saber o que se passou no banco público na última década e meia. “A democracia não pode ficar sem responder aos cidadãos quando se faz um processo de recapitalização em que os contribuintes injetam cerca de €5 mil milhões no banco público”, disse Montenegro em entrevista ao Expresso. No passado houve duas CPI sobre o BPN, e já vão em nove as comissões de inquérito à tragédia de Camarate.
4. Dez propostas para Portugal não arder
Basta! Seis especialistas reuniram-se para propor ao Governo dez medidas para atenuar o problema dos incêndios florestais em Portugal. Une-os o facto de pertencerem ao Centro de Conhecimento do Fogo Rural, dinamizado pela Universidade de Lisboa. São investigadores, pessoas da academia, do sector privado e da administração pública. Querem ver o problema dos incêndios debatido com fundamentação técnica e científica. Identificam soluções que há muito aguardam ver aplicadas e que podem melhorar o modo como se lida com os incêndios em Portugal. Inconformados com os grandes incêndios de Pedrógão Grande e Góis, acreditam que “há recursos financeiros e competência técnica para levar por diante estas propostas. Assim haja liderança política para transformar esta crise na oportunidade de mudança que a sociedade exige”.
5. O mundo obscuro dos jogos viciados em Portugal
Não é nas divisões principais que o fenómeno é mais preocupante, mas sim nas secundárias, profundamente vulneráveis. Progressivamente, o espectro das apostas chega até às camadas jovens: é possível realizar apostas em partidas de sub-15. No futuro, talvez chegue às escolinhas e até aos videojogos, uma vez que já há companhias de apostas a posicionarem-se em Malta para se dedicarem às apostas em torneios da FIFA.
Wilson Raj Perumal, o cabecilha da máfia das apostas, já disse mesmo que “o futebol arrisca-se a tornar-se uma espécie de wrestling, com tudo encenado”. Talvez seja um exagero, mas mais vale prevenir, porque esta realidade não vai parar de um dia para o outro. Muitos mais jogos serão viciados.
Vai uma aposta?
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Bom dia,
Se olhar para a imagem da primeira página do Expresso aqui em cima e se depois reparar nos meus dez destaques de hoje da edição do Expresso desta semana, pode ser levado a pensar que endoideci. Então os três temas do topo da primeira (mais 11 casos de racismo nas policias que estão a ser investigados; o Exército que vai fechar os paióis de Tancos; a esquerda que não se entende e põe em risco a aprovação da reforma da política florestal no Parlamento) não são referidos na newsletter? Ele passou-se!
Não, foi mesmo propositado. Serve para mostrar como o Expresso tem muita coisa para ler. Muita coisa de qualidade. Muita coisa de qualidade que nem aparece no topo da capa. Ora veja:
1. Mossul, o preço amargo da liberdade
Na edição de hoje publicamos uma reportagem de Paulo Moura em Mossul, a primeira para o Expresso do conceituado antigo repórter do Público.
"Na página de Facebook de Karam Abed Alheaby não há imagens de violência. Apenas selfies junto ao rio ou apresentando trabalhos na universidade. Sempre com um corte de cabelo geométrico, o bigodinho rigorosamente aparado. Hoje está retido na margem poeirenta do Tigre, porque a ponte metálica improvisada pelos militares e que leva à zona ocidental de Mossul foi cortada. As outras foram destruídas. Centenas de pessoas, com sacos e caixotes, aguardam. Uns querem regressar a casa, outros trabalham na margem oriental e vivem na ocidental. A alternativa seria uma longa volta pelos arredores."
2. SEF sob pressão para despachar passageiros que chegam a Lisboa
Os inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no aeroporto de Lisboa têm sido alvo de pressões para que deixem passar mais depressa os passageiros no controlo de passaportes, para reduzir os tempos de espera de quem chega a Portugal. “Temos sido pressionados pela concessionária e pelo Governo”, assegura ao Expresso o presidente do sindicato dos trabalhadores do SEF, Acácio Pereira. “Somos pressionados todos os dias”, diz.
Outra fonte do SEF vai mais longe e estende a acusação à TAP, assegurando ao Expresso que são “muito comuns” os telefonemas de responsáveis da companhia aérea para chefes de turno do SEF, exigindo tratamento prioritário para os seus passageiros que têm voos de ligação e precisam de passar no controlo de passaportes.
3. PSD admite propor novo inquérito à Caixa
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, admite que o partido poderá propor uma nova comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), tendo em conta a decisão de PS, BE e PCP de concluir a atual CPI antes de o Parlamento ter recebido documentação considerada essencial para saber o que se passou no banco público na última década e meia. “A democracia não pode ficar sem responder aos cidadãos quando se faz um processo de recapitalização em que os contribuintes injetam cerca de €5 mil milhões no banco público”, disse Montenegro em entrevista ao Expresso. No passado houve duas CPI sobre o BPN, e já vão em nove as comissões de inquérito à tragédia de Camarate.
4. Dez propostas para Portugal não arder
Basta! Seis especialistas reuniram-se para propor ao Governo dez medidas para atenuar o problema dos incêndios florestais em Portugal. Une-os o facto de pertencerem ao Centro de Conhecimento do Fogo Rural, dinamizado pela Universidade de Lisboa. São investigadores, pessoas da academia, do sector privado e da administração pública. Querem ver o problema dos incêndios debatido com fundamentação técnica e científica. Identificam soluções que há muito aguardam ver aplicadas e que podem melhorar o modo como se lida com os incêndios em Portugal. Inconformados com os grandes incêndios de Pedrógão Grande e Góis, acreditam que “há recursos financeiros e competência técnica para levar por diante estas propostas. Assim haja liderança política para transformar esta crise na oportunidade de mudança que a sociedade exige”.
5. O mundo obscuro dos jogos viciados em Portugal
Não é nas divisões principais que o fenómeno é mais preocupante, mas sim nas secundárias, profundamente vulneráveis. Progressivamente, o espectro das apostas chega até às camadas jovens: é possível realizar apostas em partidas de sub-15. No futuro, talvez chegue às escolinhas e até aos videojogos, uma vez que já há companhias de apostas a posicionarem-se em Malta para se dedicarem às apostas em torneios da FIFA.
Wilson Raj Perumal, o cabecilha da máfia das apostas, já disse mesmo que “o futebol arrisca-se a tornar-se uma espécie de wrestling, com tudo encenado”. Talvez seja um exagero, mas mais vale prevenir, porque esta realidade não vai parar de um dia para o outro. Muitos mais jogos serão viciados.
Vai uma aposta?