Sobre a mesa, dois livros que têm em comum terem sido escritos por jornalistas. O primeiro, Vieste P@ra Ser o Meu Livro, (edição Prime Books) é co-assinado por Rita Marrafa de Carvalho (o outro autor é Eduardo Águaboa). Os dois vestiram-se de personagens e trocaram e-mails nessa condição: «um homem e uma mulher. Por obra do acaso, estranho, ele envia-lhe um email. Ela responde. No espaço de dois anos, este homem e esta mulher trocam emails. Trocam confidências e ternuras. Trocam insultos e impropérios. Põem em causa o meio pelo qual se tocam, tentam ultrapassar a maquinaria técnica de uma relação cibernáutica. No espaço de dois anos, Rita e Eduardo, uma jornalista e um assessor, escreveram a história de Rute e de João. Eduardo nunca soube o que Rita ia escrever. Rita nunca sabia como Eduardo responderia. Um livro escrito a 4 mãos, no vazio, de olhos vendados, sem combinações, sem enredos estipulados, sem um fim definido, Rita e Eduardo construíram um livro que põe à prova a inevitabilidade do tecnológico, de um amor que se ergue entre bites e bytes. Um dia Eduardo disse: "Acaba o livro, escreve o último email". E ela assim fez. Rute e João vão, alguma vez, pousar os olhos um no outro? Só lendo...»O outro livro é Repórter de Guerra (edição da Oficina do Livro) e assina-o Luís Castro: «contar a verdade mesmo que isso lhe custe a própria vida: é esta a missão assumida por Luís Castro. De Cabinda a Timor, da Guiné ao deserto iraquiano, o jornalista vestiu o papel de repórter, que lhe deu, mais do que glória e fortuna, a possibilidade de ter estado onde se escreveu a História. Das suas mãos chegaram mais de quatrocentas reportagens a Portugal, acompanhadas de imagens que valem tanto como as palavras que redigiu e que o colocaram no centro de tantos conflitos armados. Luís Castro reviu blocos de apontamentos, visionou mais de mil horas de imagens em bruto, transcreveu diálogos e falou com os repórteres de imagem que o acompanharam em cada momento. Mas este livro é muito mais do que o fruto de um trabalho minucioso. É um percurso de um homem de coragem que mesmo nas piores situações não virou a cara à luta e sobreviveu para a contar. Recusando artificialismos e rodeios, registou os factos. Aqui está o que (lhe) aconteceu. Sem tirar nem pôr.»Das relações pessoais cibernéticas à reportagem de guerra, pura e dura: duas faces da moeda dos dias de hoje. Rita Marrafa de Carvalho e Luís Castro são os nossos convidados. Vamos falar da Reportagem, género jornalístico que, segundo consta, parece em vias de extinção ou, pelo menos, passa um mau bocado: porque é caro e necessita de tempo para ser trabalhado, coisa que não agrada muito aos donos dos jornais, que preferem o imediato, a notícia em cima da hora – e de preferência a preços acessíveis; e abordaremos também a relação entre o jornalismo e a ficção, as várias maneiras de contar a realidade – e falar da tendência cada vez maior de jornalistas a escrever livros: será uma espécie de «tirar a barriga de misérias», explanar as ideias com outro fôlego, tendo em conta os apertos de espaço e de tempo que os jornais impõem?Perguntas e comentários via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue, a partir das 19, com Fernando Alvim.
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Sobre a mesa, dois livros que têm em comum terem sido escritos por jornalistas. O primeiro, Vieste P@ra Ser o Meu Livro, (edição Prime Books) é co-assinado por Rita Marrafa de Carvalho (o outro autor é Eduardo Águaboa). Os dois vestiram-se de personagens e trocaram e-mails nessa condição: «um homem e uma mulher. Por obra do acaso, estranho, ele envia-lhe um email. Ela responde. No espaço de dois anos, este homem e esta mulher trocam emails. Trocam confidências e ternuras. Trocam insultos e impropérios. Põem em causa o meio pelo qual se tocam, tentam ultrapassar a maquinaria técnica de uma relação cibernáutica. No espaço de dois anos, Rita e Eduardo, uma jornalista e um assessor, escreveram a história de Rute e de João. Eduardo nunca soube o que Rita ia escrever. Rita nunca sabia como Eduardo responderia. Um livro escrito a 4 mãos, no vazio, de olhos vendados, sem combinações, sem enredos estipulados, sem um fim definido, Rita e Eduardo construíram um livro que põe à prova a inevitabilidade do tecnológico, de um amor que se ergue entre bites e bytes. Um dia Eduardo disse: "Acaba o livro, escreve o último email". E ela assim fez. Rute e João vão, alguma vez, pousar os olhos um no outro? Só lendo...»O outro livro é Repórter de Guerra (edição da Oficina do Livro) e assina-o Luís Castro: «contar a verdade mesmo que isso lhe custe a própria vida: é esta a missão assumida por Luís Castro. De Cabinda a Timor, da Guiné ao deserto iraquiano, o jornalista vestiu o papel de repórter, que lhe deu, mais do que glória e fortuna, a possibilidade de ter estado onde se escreveu a História. Das suas mãos chegaram mais de quatrocentas reportagens a Portugal, acompanhadas de imagens que valem tanto como as palavras que redigiu e que o colocaram no centro de tantos conflitos armados. Luís Castro reviu blocos de apontamentos, visionou mais de mil horas de imagens em bruto, transcreveu diálogos e falou com os repórteres de imagem que o acompanharam em cada momento. Mas este livro é muito mais do que o fruto de um trabalho minucioso. É um percurso de um homem de coragem que mesmo nas piores situações não virou a cara à luta e sobreviveu para a contar. Recusando artificialismos e rodeios, registou os factos. Aqui está o que (lhe) aconteceu. Sem tirar nem pôr.»Das relações pessoais cibernéticas à reportagem de guerra, pura e dura: duas faces da moeda dos dias de hoje. Rita Marrafa de Carvalho e Luís Castro são os nossos convidados. Vamos falar da Reportagem, género jornalístico que, segundo consta, parece em vias de extinção ou, pelo menos, passa um mau bocado: porque é caro e necessita de tempo para ser trabalhado, coisa que não agrada muito aos donos dos jornais, que preferem o imediato, a notícia em cima da hora – e de preferência a preços acessíveis; e abordaremos também a relação entre o jornalismo e a ficção, as várias maneiras de contar a realidade – e falar da tendência cada vez maior de jornalistas a escrever livros: será uma espécie de «tirar a barriga de misérias», explanar as ideias com outro fôlego, tendo em conta os apertos de espaço e de tempo que os jornais impõem?Perguntas e comentários via 800 25 33 33 e caixa de mensagens do blogue, a partir das 19, com Fernando Alvim.