No último Prós e Contras (de há uma semana), Carlos Abreu Amorim referiu que a “classe média†está cada vez mais a abandonar o ensino secundário público e a transferir os seus filhos para o privado. Na sua última crónica no Correio da Manhã (entre algumas considerações que julgo acertadas, como o grau de esforço exigido pela aprendizagem), insiste: “muitos†suspeitam do sistema público. Só que os números (sempre os números!) parecem não lhe dar razão: de acordo com a excelente Isabel Fevereiro, que se sentava ao seu lado, no mesmo programa, somente 7% dos alunos frequentam o ensino privado. Esses 7% estão muito longe de ser a “classe médiaâ€, pelo menos no ensino secundário. Mas a culpa desta confusão não é (só) de Carlos Abreu Amorim: reside no profundo equÃvoco do conceito que a média e alta burguesia faz da “classe médiaâ€. A “classe média†é trabalhadora por conta de outrem, vive no subúrbio e esfalfa-se para pagar uma casa, quando pode. Não pode colocar os seus filhos no ensino privado. A média e alta burguesia que Carlos Abreu Amorim conhece e que coloca os filhos no privado não é “classe médiaâ€. Recomendo uma leitura, também no Blasfémias, do texto Revolta contra a curva de Gauss.
No último Prós e Contras (de há uma semana), Carlos Abreu Amorim referiu que a “classe média†está cada vez mais a abandonar o ensino secundário público e a transferir os seus filhos para o privado. Na sua última crónica no Correio da Manhã (entre algumas considerações que julgo acertadas, como o grau de esforço exigido pela aprendizagem), insiste: “muitos†suspeitam do sistema público. Só que os números (sempre os números!) parecem não lhe dar razão: de acordo com a excelente Isabel Fevereiro, que se sentava ao seu lado, no mesmo programa, somente 7% dos alunos frequentam o ensino privado. Esses 7% estão muito longe de ser a “classe médiaâ€, pelo menos no ensino secundário. Mas a culpa desta confusão não é (só) de Carlos Abreu Amorim: reside no profundo equÃvoco do conceito que a média e alta burguesia faz da “classe médiaâ€. A “classe média†é trabalhadora por conta de outrem, vive no subúrbio e esfalfa-se para pagar uma casa, quando pode. Não pode colocar os seus filhos no ensino privado. A média e alta burguesia que Carlos Abreu Amorim conhece e que coloca os filhos no privado não é “classe médiaâ€. Recomendo uma leitura, também no Blasfémias, do texto Revolta contra a curva de Gauss.