Temos um Estado autoritário mas sem autoridade. O modelo
extremista ultraliberal que, no Chile, se tornou possível, com violenta repressão,
foi semelhante ao modelo que está a ser experimentado na Europa, tendo Portugal
como laboratório democraticamente legitimado. Um país assustado pelo desemprego
galopante e pelo empobrecimento acelerado, encontra-se tolhido pelo medo, numa
anestesia coletiva metodicamente provocada pela propaganda da pretensa
«ausência de alternativas».
É neste quadro, no exercício ideológico que rompe o tecido
social e a solidariedade, sem o mais leve sentido de equidade, que surgem personagens
que desafiam a autoridade do Estado na mais absoluta impunidade, perante o silêncio
da comunicação social.
No DN, de 21 deste mês de maio, vem uma notícia na página
20, site indisponível, em que se dá conta do conflito entre a GNR e a PSP
provocado pela chefia da delegação nacional policial de Portugal ao campeonato
europeu de futebol UEFA 2012. Segundo a jornalista, Valentina Marcelina, a
falta de nomeação do secretário-geral adjunto do Sistema de Segurança Interna
(SSI), um coronel, que devia comandar a força conjunta, levou o
secretário-geral do SSI, Antero Luís, a nomear apenas oficiais superiores da
PSP.
Desgostoso, o comandante-geral da GNR ordenou a retirada de
todos os seus militares e a Associação Nacional de Oficiais da GNR declarou-se
muito ofendida. Foi o desacordo entre a GNR e a PSP que levou Antero Luís, com
anuência do ministro da tutela (MAI) a optar pela solução referida.
Que país é este onde um general se permite contrariar a
decisão do superior hierárquico e do próprio ministro sem que seja
imediatamente exonerado? De facto, um governo autoritário não goza obrigatoriamente
de autoridade.
Ponte Europa / Sorumbático
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Temos um Estado autoritário mas sem autoridade. O modelo
extremista ultraliberal que, no Chile, se tornou possível, com violenta repressão,
foi semelhante ao modelo que está a ser experimentado na Europa, tendo Portugal
como laboratório democraticamente legitimado. Um país assustado pelo desemprego
galopante e pelo empobrecimento acelerado, encontra-se tolhido pelo medo, numa
anestesia coletiva metodicamente provocada pela propaganda da pretensa
«ausência de alternativas».
É neste quadro, no exercício ideológico que rompe o tecido
social e a solidariedade, sem o mais leve sentido de equidade, que surgem personagens
que desafiam a autoridade do Estado na mais absoluta impunidade, perante o silêncio
da comunicação social.
No DN, de 21 deste mês de maio, vem uma notícia na página
20, site indisponível, em que se dá conta do conflito entre a GNR e a PSP
provocado pela chefia da delegação nacional policial de Portugal ao campeonato
europeu de futebol UEFA 2012. Segundo a jornalista, Valentina Marcelina, a
falta de nomeação do secretário-geral adjunto do Sistema de Segurança Interna
(SSI), um coronel, que devia comandar a força conjunta, levou o
secretário-geral do SSI, Antero Luís, a nomear apenas oficiais superiores da
PSP.
Desgostoso, o comandante-geral da GNR ordenou a retirada de
todos os seus militares e a Associação Nacional de Oficiais da GNR declarou-se
muito ofendida. Foi o desacordo entre a GNR e a PSP que levou Antero Luís, com
anuência do ministro da tutela (MAI) a optar pela solução referida.
Que país é este onde um general se permite contrariar a
decisão do superior hierárquico e do próprio ministro sem que seja
imediatamente exonerado? De facto, um governo autoritário não goza obrigatoriamente
de autoridade.
Ponte Europa / Sorumbático