A propósito de um programa (“E se fosse consigo?”), o primeiro de uma série que a SIC ontem transmitiu, lembrei-me de um enorme debate em que há quase 30 anos participei sobre o racismo português e brasileiro. O programa televisivo encenou uma conversa inacreditável de um pai, que numa esplanada, recusa que a filha namore com um preto. Depois, Conceição Lino, que apresenta e dirige as operações, fala com as pessoas na mesma esplanada, a maioria das quais não intervém, apesar de todas acharem o discurso do pai inaceitável
O “E se fosse consigo?” é uma série de oito programas em que se apresentam situações limite, tendo ontem, dia de estreia, versado o racismo. Haverá sobre violência conjugal, bullying, obesidade e outras formas de um ser humano tratar outro. Nesse sentido, é um autêntico serviço público de televisão com um ritmo e um trabalho jornalístico notável. Porém, voltando ao que agora, me interessa, o racismo, queria destacar algo que a ministra Francisca Van Dunem afirmou: “Há um discurso institucional que diz que não há racismo”. Não podia concordar mais.
Esse discurso institucional estabelece que o racismo é próprio de outros povos. Nós não somos! Mais: criámos o Brasil, a terra dos mulatos, que, aliás, é uma invenção nossa. Se há país do mundo onde pouco se liga à cor da pele é o nosso e o Brasil.
Para continuar a ler o artigo, clique AQUI
(acesso gratuito: basta usar o código que está na capa da revista E do Expresso. pode usar a app do Expresso - iOS e android - para fotografar o código e o acesso será logo concedido)
Categorias
Entidades
A propósito de um programa (“E se fosse consigo?”), o primeiro de uma série que a SIC ontem transmitiu, lembrei-me de um enorme debate em que há quase 30 anos participei sobre o racismo português e brasileiro. O programa televisivo encenou uma conversa inacreditável de um pai, que numa esplanada, recusa que a filha namore com um preto. Depois, Conceição Lino, que apresenta e dirige as operações, fala com as pessoas na mesma esplanada, a maioria das quais não intervém, apesar de todas acharem o discurso do pai inaceitável
O “E se fosse consigo?” é uma série de oito programas em que se apresentam situações limite, tendo ontem, dia de estreia, versado o racismo. Haverá sobre violência conjugal, bullying, obesidade e outras formas de um ser humano tratar outro. Nesse sentido, é um autêntico serviço público de televisão com um ritmo e um trabalho jornalístico notável. Porém, voltando ao que agora, me interessa, o racismo, queria destacar algo que a ministra Francisca Van Dunem afirmou: “Há um discurso institucional que diz que não há racismo”. Não podia concordar mais.
Esse discurso institucional estabelece que o racismo é próprio de outros povos. Nós não somos! Mais: criámos o Brasil, a terra dos mulatos, que, aliás, é uma invenção nossa. Se há país do mundo onde pouco se liga à cor da pele é o nosso e o Brasil.
Para continuar a ler o artigo, clique AQUI
(acesso gratuito: basta usar o código que está na capa da revista E do Expresso. pode usar a app do Expresso - iOS e android - para fotografar o código e o acesso será logo concedido)