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No mural do Rui Zink, descobri, em boa hora, uma ligação para mais um texto que ilustra as qualidades da classe política. Carlos Peixoto, deputado do PSD, resolveu brindar o povo com a sua opinião sobre o envelhecimento do país.
Usando de uma imagética elegantíssima, produz esta frase lapidar, mesmo ferida pelo uso deficiente da regência: “A nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha.”
Depois de debitar alguns números sobre o decréscimo da natalidade, mostra-se preocupado, quase revoltado, com a emigração, o que lhe poderá valer um processo disciplinar, uma vez que foi o próprio primeiro-ministro a aconselhar os portugueses a emigrarem.
É então que, poeticamente, passa a repetir, assustadoramente, o adjectivo “assustador”, recitando a ladainha das inevitabilidades, como bom vigário da igreja dos últimos dias do Estado Social, essa mentira inventada por quem não quer assumir a verdadeira origem da dívida pública. Como qualquer membro de uma seita fundamentalista, descobre hereges combustíveis nos funcionários públicos e nos portadores de cabelos brancos.
Peixoto pega na espada das soluções e defende o incremento da natalidade, incentivando os portugueses a procriar, que é a melhor maneira de parir crescimento económico.
Suficientemente ingénuo para merecer o reino dos céus e necessariamente hábil para ter merecido entrar no reino dos seus, o pobre Peixoto, talvez demasiado ansioso por querer povoar o país, esquece-se do efeito contraceptivo do empobrecimento decretado pelo governo que apoia.
Seria bom que algum amigo mais experiente, eventualmente encanecido, aconselhasse o deputado Peixoto a tomar consciência do seu problema. Tal como a ejaculação precoce já tem solução, para a estupidez precoce existe um tratamento preventivo: ficar calado. Mesmo um homem licenciado em licenciatura tem a possibilidade de aprender.
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No mural do Rui Zink, descobri, em boa hora, uma ligação para mais um texto que ilustra as qualidades da classe política. Carlos Peixoto, deputado do PSD, resolveu brindar o povo com a sua opinião sobre o envelhecimento do país.
Usando de uma imagética elegantíssima, produz esta frase lapidar, mesmo ferida pelo uso deficiente da regência: “A nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha.”
Depois de debitar alguns números sobre o decréscimo da natalidade, mostra-se preocupado, quase revoltado, com a emigração, o que lhe poderá valer um processo disciplinar, uma vez que foi o próprio primeiro-ministro a aconselhar os portugueses a emigrarem.
É então que, poeticamente, passa a repetir, assustadoramente, o adjectivo “assustador”, recitando a ladainha das inevitabilidades, como bom vigário da igreja dos últimos dias do Estado Social, essa mentira inventada por quem não quer assumir a verdadeira origem da dívida pública. Como qualquer membro de uma seita fundamentalista, descobre hereges combustíveis nos funcionários públicos e nos portadores de cabelos brancos.
Peixoto pega na espada das soluções e defende o incremento da natalidade, incentivando os portugueses a procriar, que é a melhor maneira de parir crescimento económico.
Suficientemente ingénuo para merecer o reino dos céus e necessariamente hábil para ter merecido entrar no reino dos seus, o pobre Peixoto, talvez demasiado ansioso por querer povoar o país, esquece-se do efeito contraceptivo do empobrecimento decretado pelo governo que apoia.
Seria bom que algum amigo mais experiente, eventualmente encanecido, aconselhasse o deputado Peixoto a tomar consciência do seu problema. Tal como a ejaculação precoce já tem solução, para a estupidez precoce existe um tratamento preventivo: ficar calado. Mesmo um homem licenciado em licenciatura tem a possibilidade de aprender.