A Pipoca Arrumadinha: Histórias da Maria #1!

07-12-2019
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Capitulo
I

Acordou
em sobressalto.

All the single ladies, all the single ladies...

O jantar da noite anterior com as amigas, tinha durado
duas ou três garrafas a mais. Mas ainda se lembrava que tinha sido ideia dela
que mudassem todas o toque do despertador para a fantástica e tão
não-apropriada-para-um-acordar-suave música da Beyoncé.

Eram nove da manhã de um Domingo e nem precisava de se levantar logo, mas a dor
de cabeça monumental obrigava a um pequeno almoço reforçado e um analgésico,
com urgência.

Revia mentalmente os conselhos das amigas, brilhantemente resumidos na pergunta
da Joana, a mais pragmática: se ele não quer dar o passo seguinte e tu não
queres continuar numa relação que não vai a lado nenhum, e que já nem te
entusiasma , o que estão a fazer juntos?
Nenhuma delas tinha tido uma relação que durasse sete anos e portanto não
podiam pôr-se no lugar dela.

Dizem que os anos ímpares são de crise e talvez fosse no oitavo, um dos bons,
que ele finalmente mudasse de ideias e quisesse dar o nó. E aí viveriam felizes
para sempre. Tirando aquele pormenor: já não eram assim tão felizes, seria uma
proeza que o fossem a partir do ano seguinte e logo para sempre.

Mas o João era tudo o que ela conhecia. Já lhe conhecia os humores, os hábitos,
as ronhas, as manias. Sabia as piadas de sempre de cor. Não só ela: a família
dela. Adoravam o João e o seu charme descontraído. Também sabiam de cor as
piadas dele, mas não se poupavam a rir de todas as vezes que ele as repetia. O
que a irritava verem-nos a rir-se uma e outra vez da mesma frase batida.

Acabar com ele estava fora de questão. Continuar com ele também.

Post mensal escrito pela blogger
Maria do blog «Maria das Palavras» (http://daspalavras.blogs.sapo.pt/)  em parceria com este blog!

Capitulo
I

Acordou
em sobressalto.

All the single ladies, all the single ladies...

O jantar da noite anterior com as amigas, tinha durado
duas ou três garrafas a mais. Mas ainda se lembrava que tinha sido ideia dela
que mudassem todas o toque do despertador para a fantástica e tão
não-apropriada-para-um-acordar-suave música da Beyoncé.

Eram nove da manhã de um Domingo e nem precisava de se levantar logo, mas a dor
de cabeça monumental obrigava a um pequeno almoço reforçado e um analgésico,
com urgência.

Revia mentalmente os conselhos das amigas, brilhantemente resumidos na pergunta
da Joana, a mais pragmática: se ele não quer dar o passo seguinte e tu não
queres continuar numa relação que não vai a lado nenhum, e que já nem te
entusiasma , o que estão a fazer juntos?
Nenhuma delas tinha tido uma relação que durasse sete anos e portanto não
podiam pôr-se no lugar dela.

Dizem que os anos ímpares são de crise e talvez fosse no oitavo, um dos bons,
que ele finalmente mudasse de ideias e quisesse dar o nó. E aí viveriam felizes
para sempre. Tirando aquele pormenor: já não eram assim tão felizes, seria uma
proeza que o fossem a partir do ano seguinte e logo para sempre.

Mas o João era tudo o que ela conhecia. Já lhe conhecia os humores, os hábitos,
as ronhas, as manias. Sabia as piadas de sempre de cor. Não só ela: a família
dela. Adoravam o João e o seu charme descontraído. Também sabiam de cor as
piadas dele, mas não se poupavam a rir de todas as vezes que ele as repetia. O
que a irritava verem-nos a rir-se uma e outra vez da mesma frase batida.

Acabar com ele estava fora de questão. Continuar com ele também.

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