Num Post editado no meu Blog no parlamento intitulado “Contrato com os Portugueses assinado hoje por Pedro Santana Lopes” apareceu-me de repente este comentário (assinado por Gajo e com o endereço http://gaseaovento.blogs.sapo.pt/ ): “Gostaste da surpresa??? O dinheiro que ganhaste às custas do Povo português hás-de gastá-lo em pomada pas micoses.” (sic.).Da minha parte a resposta foi (sobre a parte do dinheiro): “Sobre o dinheiro que ganhei à custa do povo (de si, de mim próprio, pois também pago impostos, de todos os nossos compatriotas) gostava que me dissesse quanto imagina tenha sido? E também: se o carro em que andava era meu, ou do Estado, quem me pagava o telemóvel, etc. Tenho muita curiosidade em que me responda a essas perguntas e todo o gosto em falar sobre o "balurdio" que ganham os deputados "que andam lá a encher-se"...é um debate que sempre desejei e estava a ver que nunca mais ninguém me chamava malandro, para eu poder falar sobre isso! :-)”.Chegou-me agora a resposta, assim: “Quanto ao dinheiro que ganhou é, certamente, mais do que os (quase) 350 euros do salário mínimo nacional. É, também, mais do que aufere o comum mortal que entre a trabalhar em alguns sectores da Função Pública . Sabe, concerteza, o que é o índice 100. Quanto ao carro e ao telemóvel, sejamos razoáveis, era o que faltava! Já agora, gostava também de saber qual foi o sentido do seu voto na questão do aumento do ordenado dos deputados durante a última legislatura.”“Migro” então a discussão para aqui e respondo como se segue:É verdade que o meu salário bruto era de 10 vezes o salário mínimo nacional ao qual se juntavam as ajudas de custo para ir ao círculo eleitoral em valores que não chegavam sequer para pagar as portagens do meu carro (eu sei...um monovolume...peço desculpa mas tenho quatro filhos e dois sobrinhos a viver comigo e juro que não consigo encafuá-los mais as malas em menos do que este e no fiat punto da minha mulher) e muito menos para pagar o hotel e as refeições!Além disso o carro é meu e o telemóvel também. Ou seja ganhava menos do que um vendedor das sociedades em que trabalhei durante 16 anos e para quem seria impensável ir vender, suportando os custos da deslocação ou levando carro próprio ou levando-o sem que a firma pagasse a gasolina e as portagens...Também já não menciono o facto de quer na indústria, quer na advocacia (que depois pratiquei) sempre tive secretária (desde que comecei a desempenhar funções de direcção ou gerência) e que no parlamento havia uma secretária para cada 6 ou 8 deputados...Ora, isto não pode continuar assim! Porque ou não se desempenham cabalmente as funções de deputado (estando os dias inteiros no parlamento ou ao serviço deste)(embora se possa pensar em que a par de deputados “dedicados”, existam deputados “só representantes”) ou então acumula-se com outras actividades. Mas não desfazendo em quem o faz assim, fica muito dificil servir o povo que nos elegeu!O que eu proponho: que cada deputado, ministro, etc., ganhe o mesmo que ganhava cá fora (talvez matizado, tipo média de tantos anos, enfim...). Porque assim, não dá...:-)Nota final: a discussão que menciona (na IXª legislatura) não existiu...para grande pena minha em que (se tanto me concedesse o meu grupo parlamentar, o que também não é certo...) teria tomado a posição acima.Ah, é verdade!Não conheço exactamente as normas da reforma dos deputados, mas se não me engano é 12 anos e só desde que se chega à idade da reforma...não é nada disso que dizem cá fora (como também é falso que a CP nos ofereça os bilhetes, etc.). Mas sabe porque foi criado esse privilégio? Por causa da hipocrisia e da demagogia dos políticos e dos eleitores, que se recusam a olhar para a realidade de frente e assim dão lugar a estas “esquisitices”...Existe também um subsídio de reintegração na vida civil de um salário por cada seis meses que se passou na Assembleia (no meu caso e devido ao PR, cinco, vírgula tal). Outra “esquisitice” criada para tentar "enganar" os políticos e o povo (mas por culpa da cegueira de ambos a esta questão dos ordenados). Sim, vou pedir o mesmo, de consciência tranquilíssima. :-) Em média equivale a terem-me pago (durante estes três anos), não 3500 Euros por mês, mas sim, 3900 Euros.Faço aqui uma ressalva: este subsídio de reintegração na vida civil não me parece tenha paralelo em outras profissões (daí a minha estranheza quando soube dele). No entanto para alguns de nós, a entrada no parlamento (e estar lá a tempo inteiro) implicou abdicar do emprego ou profissão anteriores. Assim é justo que alguém que para servir o bem de todos, abdicou de um bem próprio, lhe sejam facultados os meios, no fim dessa missão, para poder encontrar novo trabalho (podendo-se aqui objectar que é para isso que existe o subsídio de desemprego e esse podendo durar mais que, por exemplo, o meu, tem a "justiça" de terminar quando a pessoa volta a trabalhar...? é uma coisa a pensar).Estou aberto a continuar a discussão.
Categorias
Entidades
Num Post editado no meu Blog no parlamento intitulado “Contrato com os Portugueses assinado hoje por Pedro Santana Lopes” apareceu-me de repente este comentário (assinado por Gajo e com o endereço http://gaseaovento.blogs.sapo.pt/ ): “Gostaste da surpresa??? O dinheiro que ganhaste às custas do Povo português hás-de gastá-lo em pomada pas micoses.” (sic.).Da minha parte a resposta foi (sobre a parte do dinheiro): “Sobre o dinheiro que ganhei à custa do povo (de si, de mim próprio, pois também pago impostos, de todos os nossos compatriotas) gostava que me dissesse quanto imagina tenha sido? E também: se o carro em que andava era meu, ou do Estado, quem me pagava o telemóvel, etc. Tenho muita curiosidade em que me responda a essas perguntas e todo o gosto em falar sobre o "balurdio" que ganham os deputados "que andam lá a encher-se"...é um debate que sempre desejei e estava a ver que nunca mais ninguém me chamava malandro, para eu poder falar sobre isso! :-)”.Chegou-me agora a resposta, assim: “Quanto ao dinheiro que ganhou é, certamente, mais do que os (quase) 350 euros do salário mínimo nacional. É, também, mais do que aufere o comum mortal que entre a trabalhar em alguns sectores da Função Pública . Sabe, concerteza, o que é o índice 100. Quanto ao carro e ao telemóvel, sejamos razoáveis, era o que faltava! Já agora, gostava também de saber qual foi o sentido do seu voto na questão do aumento do ordenado dos deputados durante a última legislatura.”“Migro” então a discussão para aqui e respondo como se segue:É verdade que o meu salário bruto era de 10 vezes o salário mínimo nacional ao qual se juntavam as ajudas de custo para ir ao círculo eleitoral em valores que não chegavam sequer para pagar as portagens do meu carro (eu sei...um monovolume...peço desculpa mas tenho quatro filhos e dois sobrinhos a viver comigo e juro que não consigo encafuá-los mais as malas em menos do que este e no fiat punto da minha mulher) e muito menos para pagar o hotel e as refeições!Além disso o carro é meu e o telemóvel também. Ou seja ganhava menos do que um vendedor das sociedades em que trabalhei durante 16 anos e para quem seria impensável ir vender, suportando os custos da deslocação ou levando carro próprio ou levando-o sem que a firma pagasse a gasolina e as portagens...Também já não menciono o facto de quer na indústria, quer na advocacia (que depois pratiquei) sempre tive secretária (desde que comecei a desempenhar funções de direcção ou gerência) e que no parlamento havia uma secretária para cada 6 ou 8 deputados...Ora, isto não pode continuar assim! Porque ou não se desempenham cabalmente as funções de deputado (estando os dias inteiros no parlamento ou ao serviço deste)(embora se possa pensar em que a par de deputados “dedicados”, existam deputados “só representantes”) ou então acumula-se com outras actividades. Mas não desfazendo em quem o faz assim, fica muito dificil servir o povo que nos elegeu!O que eu proponho: que cada deputado, ministro, etc., ganhe o mesmo que ganhava cá fora (talvez matizado, tipo média de tantos anos, enfim...). Porque assim, não dá...:-)Nota final: a discussão que menciona (na IXª legislatura) não existiu...para grande pena minha em que (se tanto me concedesse o meu grupo parlamentar, o que também não é certo...) teria tomado a posição acima.Ah, é verdade!Não conheço exactamente as normas da reforma dos deputados, mas se não me engano é 12 anos e só desde que se chega à idade da reforma...não é nada disso que dizem cá fora (como também é falso que a CP nos ofereça os bilhetes, etc.). Mas sabe porque foi criado esse privilégio? Por causa da hipocrisia e da demagogia dos políticos e dos eleitores, que se recusam a olhar para a realidade de frente e assim dão lugar a estas “esquisitices”...Existe também um subsídio de reintegração na vida civil de um salário por cada seis meses que se passou na Assembleia (no meu caso e devido ao PR, cinco, vírgula tal). Outra “esquisitice” criada para tentar "enganar" os políticos e o povo (mas por culpa da cegueira de ambos a esta questão dos ordenados). Sim, vou pedir o mesmo, de consciência tranquilíssima. :-) Em média equivale a terem-me pago (durante estes três anos), não 3500 Euros por mês, mas sim, 3900 Euros.Faço aqui uma ressalva: este subsídio de reintegração na vida civil não me parece tenha paralelo em outras profissões (daí a minha estranheza quando soube dele). No entanto para alguns de nós, a entrada no parlamento (e estar lá a tempo inteiro) implicou abdicar do emprego ou profissão anteriores. Assim é justo que alguém que para servir o bem de todos, abdicou de um bem próprio, lhe sejam facultados os meios, no fim dessa missão, para poder encontrar novo trabalho (podendo-se aqui objectar que é para isso que existe o subsídio de desemprego e esse podendo durar mais que, por exemplo, o meu, tem a "justiça" de terminar quando a pessoa volta a trabalhar...? é uma coisa a pensar).Estou aberto a continuar a discussão.