Só paredes. Sem verde nem vidraça,a rua estende a cintura malhadadas fachadas. Os carris sem zoada.Brilha o asfalto molhado da praça.Roça por ti alguém, um frio olharpenetra-te a medula; passos durosfazem saltar faíscas de altos murose fica a nuvem de um breve respirar.Não há cela que aperte o pensamentoem gelo como este caminharentre muros, que só muros podem olhar.Vistas tu penitência ou sacro paramento –:Esmaga-te sempre o pesado sudáriodo anátema divino: turno sem horário.Paul Zech(1911) (tradução de João Barrento)
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Só paredes. Sem verde nem vidraça,a rua estende a cintura malhadadas fachadas. Os carris sem zoada.Brilha o asfalto molhado da praça.Roça por ti alguém, um frio olharpenetra-te a medula; passos durosfazem saltar faíscas de altos murose fica a nuvem de um breve respirar.Não há cela que aperte o pensamentoem gelo como este caminharentre muros, que só muros podem olhar.Vistas tu penitência ou sacro paramento –:Esmaga-te sempre o pesado sudáriodo anátema divino: turno sem horário.Paul Zech(1911) (tradução de João Barrento)