Opel investe oito milhões...

19-11-2000
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Carlos Antunes e Luís Pereira, directores da Opel: a fábrica alcançou o surpreendente rácio de 98 por cento no cumprimento dos prazos de entrega

«Além da tecnologia de ponta, estas instalações cumprem os requisitos de legislação ambiental a nível europeu», salienta o director financeiro da Opel.

Ao contrário de outros construtores, a General Motors vocaciona cada uma das suas unidades industriais para a produção de um modelo específico, o que lhes assegura um volume de encomendas constante. «Trata-se de aliviar as grandes fábricas das pequenas séries», explica Costa Lima, porta-voz da Opel Portugal.

Deste modo, as versões comerciais do Opel Corsa, o «Combo» e o «Van» entraram no seu quinto ano consecutivo de produção, na Azambuja, mas a procura do mercado não pára de aumentar. Já este ano, um investimento pontual de 280 mil contos permitiu elevar a capacidade produtiva da fábrica em 11 por cento (de 57 para 63 mil unidades) e criar mais 80 postos de trabalho.

Dois terços da produção correspondem ao «Combo» (43 mil unidades), seguido do «Van» (12 mil) e de uma série extraordinária de Vauxhall Corsa com volante à direita, para o mercado britânico. Até ao ano 2000, prevê-se que 90 por cento destas unidades se destinem à exportação, sobretudo para a Alemanha e o Reino Unido.

grau de incorporação nacional na Azambuja ronda os 30 por cento (borrachas, componentes eléctricos, barras de segurança) mas, em conjunto com outras fábricas da Opel, o volume de facturação dos produtores portugueses de componentes é de 30 milhões de contos/ano.

Luís Pereira traça, em síntese, os principais «pontos de viragem» no historial da Opel na Azambuja: «A fábrica faz 35 anos, em Agosto, tendo começado por produzir camionetas Bedford, Vauxhall Viva e Opel Kadett, a uma cadência de três carros por hora (hoje, fazem-se 17 carros por hora). Vamos alcançar, dentro em breve os 700 mil veículos montados. Em 1988/90, foram realizados investimentos significativos e foi introduzido o segundo turno, responsável pela criação de mais 400 postos de trabalho. Em 1992/94, investimos 13 milhões de contos na remodelação completa da fábrica e na introdução de duas dezenas de 'robots' nas linhas de produção (soldadura por pontos, pintura e aplicação de colas e vedantes)».

O verdadeiro «ex-libris» deste plano de investimento é a torre ou silo de armazenagem, triagem e agrupamento de carroçarias. «Com 43 metros de altura, dez andares e uma capacidade para 120 automóveis, este sistema desempenha um papel vital na marcação do ritmo de produção e evitando sobrecargas nas linhas de montagem», explica Carlos Antunes, director da fábrica da Azambuja da Opel.

«Portugal está a perder algumas vantagens competitivas que fizeram o seu forte nas décadas anteriores: o custo da mão-de-obra tem vindo, gradualmente, a aumentar por força de uma maior integração europeia; os custos logísticos (todo o material tem de vir para cá e o produto acabado sair daqui; e a estabilidade do escudo faz diminuir a 'almofada' de desvalorização em benefício dos exportadores», observa Luís Pereira. Mas «a nossa mão-de-obra é extremamente flexível, capaz de uma rápida aprendizagem e de trabalhar em equipa», acrescenta.

Aurélio Barardo (60 anos) trabalha na Opel desde 1965: um emprego para toda a vida

No campo da qualidade, a fábrica da Azambuja figura acima das restantes unidades da Opel e alcançou o surpreendente rácio de 98 por cento (!) no cumprimento dos objectivos de entregas, em toda a Europa, «o que cria factores positivos de credibilidade junto do 'management' do grupo», frisa Carlos Antunes.

A área coberta de 45 mil metros quadrados da fábrica da Opel na Azambuja integra uma «body shop», onde os painéis de chaparia recebidos de Saragoça são assemblados em carroçarias, que seguem para «paint shop» e, daqui, para a torre de armazenagem. Depois, regressam à primeira nave, onde são montados os motores (originários da Áustria) e os interiores. No início do processo, cada carroçaria recebe um microprocessador com todas as características do futuro automóvel, que são lidas em cada estação de montagem. O director da fábrica admite que «todo o equipamento está condicionado ao modelo fabricado», mas assegura que a fábrica não necessitaria de mais dois meses para se adaptar à produção de outro veículo.

Dotada de ampla mão-de-obra, esta unidade alcança apenas um rácio de 25 por cento de automação. Dos actuais 1100 funcionários da Opel Portugal, 640 estão directamente afectos à produção nas linhas de montagem na Azambuja, distribuindo-se os restantes pelos departamentos de controlo de qualidade, manutenção, engenharia de processo e serviços administrativos.

A General Motors possui cinco empresas em Portugal, todas detidas a 100 por cento e geridas por uma «holding»: Opel Portugal, Delphi-Packard (cablagens), Delphi-Inlan (volantes, apoios de motor), Delphi-Sistemas de Energia e Controlo de Motores. Globalmente, as empresas da multinacional norte-americana facturam, anualmente, em Portugal perto de 234 milhões de contos.

Alexandre Coutinho

Carlos Antunes e Luís Pereira, directores da Opel: a fábrica alcançou o surpreendente rácio de 98 por cento no cumprimento dos prazos de entrega

«Além da tecnologia de ponta, estas instalações cumprem os requisitos de legislação ambiental a nível europeu», salienta o director financeiro da Opel.

Ao contrário de outros construtores, a General Motors vocaciona cada uma das suas unidades industriais para a produção de um modelo específico, o que lhes assegura um volume de encomendas constante. «Trata-se de aliviar as grandes fábricas das pequenas séries», explica Costa Lima, porta-voz da Opel Portugal.

Deste modo, as versões comerciais do Opel Corsa, o «Combo» e o «Van» entraram no seu quinto ano consecutivo de produção, na Azambuja, mas a procura do mercado não pára de aumentar. Já este ano, um investimento pontual de 280 mil contos permitiu elevar a capacidade produtiva da fábrica em 11 por cento (de 57 para 63 mil unidades) e criar mais 80 postos de trabalho.

Dois terços da produção correspondem ao «Combo» (43 mil unidades), seguido do «Van» (12 mil) e de uma série extraordinária de Vauxhall Corsa com volante à direita, para o mercado britânico. Até ao ano 2000, prevê-se que 90 por cento destas unidades se destinem à exportação, sobretudo para a Alemanha e o Reino Unido.

grau de incorporação nacional na Azambuja ronda os 30 por cento (borrachas, componentes eléctricos, barras de segurança) mas, em conjunto com outras fábricas da Opel, o volume de facturação dos produtores portugueses de componentes é de 30 milhões de contos/ano.

Luís Pereira traça, em síntese, os principais «pontos de viragem» no historial da Opel na Azambuja: «A fábrica faz 35 anos, em Agosto, tendo começado por produzir camionetas Bedford, Vauxhall Viva e Opel Kadett, a uma cadência de três carros por hora (hoje, fazem-se 17 carros por hora). Vamos alcançar, dentro em breve os 700 mil veículos montados. Em 1988/90, foram realizados investimentos significativos e foi introduzido o segundo turno, responsável pela criação de mais 400 postos de trabalho. Em 1992/94, investimos 13 milhões de contos na remodelação completa da fábrica e na introdução de duas dezenas de 'robots' nas linhas de produção (soldadura por pontos, pintura e aplicação de colas e vedantes)».

O verdadeiro «ex-libris» deste plano de investimento é a torre ou silo de armazenagem, triagem e agrupamento de carroçarias. «Com 43 metros de altura, dez andares e uma capacidade para 120 automóveis, este sistema desempenha um papel vital na marcação do ritmo de produção e evitando sobrecargas nas linhas de montagem», explica Carlos Antunes, director da fábrica da Azambuja da Opel.

«Portugal está a perder algumas vantagens competitivas que fizeram o seu forte nas décadas anteriores: o custo da mão-de-obra tem vindo, gradualmente, a aumentar por força de uma maior integração europeia; os custos logísticos (todo o material tem de vir para cá e o produto acabado sair daqui; e a estabilidade do escudo faz diminuir a 'almofada' de desvalorização em benefício dos exportadores», observa Luís Pereira. Mas «a nossa mão-de-obra é extremamente flexível, capaz de uma rápida aprendizagem e de trabalhar em equipa», acrescenta.

Aurélio Barardo (60 anos) trabalha na Opel desde 1965: um emprego para toda a vida

No campo da qualidade, a fábrica da Azambuja figura acima das restantes unidades da Opel e alcançou o surpreendente rácio de 98 por cento (!) no cumprimento dos objectivos de entregas, em toda a Europa, «o que cria factores positivos de credibilidade junto do 'management' do grupo», frisa Carlos Antunes.

A área coberta de 45 mil metros quadrados da fábrica da Opel na Azambuja integra uma «body shop», onde os painéis de chaparia recebidos de Saragoça são assemblados em carroçarias, que seguem para «paint shop» e, daqui, para a torre de armazenagem. Depois, regressam à primeira nave, onde são montados os motores (originários da Áustria) e os interiores. No início do processo, cada carroçaria recebe um microprocessador com todas as características do futuro automóvel, que são lidas em cada estação de montagem. O director da fábrica admite que «todo o equipamento está condicionado ao modelo fabricado», mas assegura que a fábrica não necessitaria de mais dois meses para se adaptar à produção de outro veículo.

Dotada de ampla mão-de-obra, esta unidade alcança apenas um rácio de 25 por cento de automação. Dos actuais 1100 funcionários da Opel Portugal, 640 estão directamente afectos à produção nas linhas de montagem na Azambuja, distribuindo-se os restantes pelos departamentos de controlo de qualidade, manutenção, engenharia de processo e serviços administrativos.

A General Motors possui cinco empresas em Portugal, todas detidas a 100 por cento e geridas por uma «holding»: Opel Portugal, Delphi-Packard (cablagens), Delphi-Inlan (volantes, apoios de motor), Delphi-Sistemas de Energia e Controlo de Motores. Globalmente, as empresas da multinacional norte-americana facturam, anualmente, em Portugal perto de 234 milhões de contos.

Alexandre Coutinho

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