Redimensionar, Poupar, Oferecer Mais e Melhor
Segunda-feira, 26 de Julho de 2004
A UNI e o IPAM deram o primeiro passo, mas há condições para novos processos de concentração no ensino superior privado português. Aproveitar as sinergias para oferecer mais e melhores cursos é o principal objectivo
João Picado
A Universidade Independente (UNI) e o Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM) protagonizaram recentemente a primeira fusão no ensino superior privado em Portugal, apontando como objectivos a concentração de sinergias de forma a obter benefícios económicos e sociais e ampliar a oferta educativa. As duas instituições, agora juntas, representam um volume anual de negócios de 13 milhões de euros.
O acordo assinado entre as duas instituições, após uma troca de participações que rondou os cinco milhões de euros, marca uma possível viragem no percurso do ensino superior privado nacional, pois abre caminho a novas concentrações. No primeiro comunicado emitido após a fusão da UNI com o IPAM, adianta-se que operações semelhantes podem permitir "uma maior racionalidade na oferta educativa com a consequente reavaliação e reformatação dos cursos". O mesmo documento acrescenta que a união de mais instituições do ensino superior privado "permitirá igualmente uma maior rentabilização de espaços e sinergia de recursos". É nesta perspectiva que, após esta primeira operação, outras já se encontram em estudo por parte do conselho de administração da nova empresa.
A iniciativa tomada pela UNI e pelo IPAM decorre da percepção por parte destas organizações que "a dispersão de instituições e de cursos até agora existente, não só volatiliza a oferta e dispersa a procura, como dificulta que cada instituição 'de per si' possa desenvolver o ensino de qualidade", refere o comunicado. Segundo Caetano Alves, presidente do conselho de administração da nova empresa, "a forte contenção e mesmo contracção no ensino em Portugal, advindas da depressão demográfica e especialmente do abandono escolar, associadas à crise económica, tornaram inevitáveis as operações de concentração no sector", afirmou o gestor.
Redução de custos
A concentração das duas organizações, vai permitir, acima de tudo, uma redução de custos. "Com as sinergias que podem haver, podemos ter um ganho de um milhão de euros ao nível dos custos", adianta o administrador. Para Rui Verde, vice-reitor da UNI, "a concentração, acompanhada do reforço da necessária gestão profissional da instituição, permitirá um melhor aproveitamento dos recursos financeiros, permitindo um maior investimento, quer ao nível das instalações e equipamento, quer ao nível da formação do próprio quadro docente".
Apesar da operação agora acordada ser "feita em termos de sinergias de instalações", as instituições "têm autonomia em termos científicos e pedagógicos", defende Caetano Alves. Com esta fusão, as duas organizações passam a oferecer quase 40 cursos (14 licenciaturas, 20 pós-graduações e cinco mestrados), em áreas que abrangem as Engenharias, a Arquitectura, o Direito e as Ciências Sociais. Serão quase mil as vagas disponíveis todos os anos, num universo de cerca de cinco mil alunos, distribuídos em Portugal pelas cidades de Lisboa, Porto e Aveiro. Brasil e Angola são os outros dois países onde as instituições se encontram representadas. Esta operação permite, também, "ter uma oferta mais competitiva e que garante uma maior empregabilidade", afirma o gestor.
A direcção da nova empresa aproveita para, em comunicado, fazer um "apelo" ao Ministério da Ciência e do Ensino Superior, "no sentido de apoiar e facilitar em termos burocráticos os processos de concentração, uma vez que também contribuem para solucionar um problema".
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Segunda-feira, 26 de Julho de 2004
A UNI e o IPAM deram o primeiro passo, mas há condições para novos processos de concentração no ensino superior privado português. Aproveitar as sinergias para oferecer mais e melhores cursos é o principal objectivo
João Picado
A Universidade Independente (UNI) e o Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM) protagonizaram recentemente a primeira fusão no ensino superior privado em Portugal, apontando como objectivos a concentração de sinergias de forma a obter benefícios económicos e sociais e ampliar a oferta educativa. As duas instituições, agora juntas, representam um volume anual de negócios de 13 milhões de euros.
O acordo assinado entre as duas instituições, após uma troca de participações que rondou os cinco milhões de euros, marca uma possível viragem no percurso do ensino superior privado nacional, pois abre caminho a novas concentrações. No primeiro comunicado emitido após a fusão da UNI com o IPAM, adianta-se que operações semelhantes podem permitir "uma maior racionalidade na oferta educativa com a consequente reavaliação e reformatação dos cursos". O mesmo documento acrescenta que a união de mais instituições do ensino superior privado "permitirá igualmente uma maior rentabilização de espaços e sinergia de recursos". É nesta perspectiva que, após esta primeira operação, outras já se encontram em estudo por parte do conselho de administração da nova empresa.
A iniciativa tomada pela UNI e pelo IPAM decorre da percepção por parte destas organizações que "a dispersão de instituições e de cursos até agora existente, não só volatiliza a oferta e dispersa a procura, como dificulta que cada instituição 'de per si' possa desenvolver o ensino de qualidade", refere o comunicado. Segundo Caetano Alves, presidente do conselho de administração da nova empresa, "a forte contenção e mesmo contracção no ensino em Portugal, advindas da depressão demográfica e especialmente do abandono escolar, associadas à crise económica, tornaram inevitáveis as operações de concentração no sector", afirmou o gestor.
Redução de custos
A concentração das duas organizações, vai permitir, acima de tudo, uma redução de custos. "Com as sinergias que podem haver, podemos ter um ganho de um milhão de euros ao nível dos custos", adianta o administrador. Para Rui Verde, vice-reitor da UNI, "a concentração, acompanhada do reforço da necessária gestão profissional da instituição, permitirá um melhor aproveitamento dos recursos financeiros, permitindo um maior investimento, quer ao nível das instalações e equipamento, quer ao nível da formação do próprio quadro docente".
Apesar da operação agora acordada ser "feita em termos de sinergias de instalações", as instituições "têm autonomia em termos científicos e pedagógicos", defende Caetano Alves. Com esta fusão, as duas organizações passam a oferecer quase 40 cursos (14 licenciaturas, 20 pós-graduações e cinco mestrados), em áreas que abrangem as Engenharias, a Arquitectura, o Direito e as Ciências Sociais. Serão quase mil as vagas disponíveis todos os anos, num universo de cerca de cinco mil alunos, distribuídos em Portugal pelas cidades de Lisboa, Porto e Aveiro. Brasil e Angola são os outros dois países onde as instituições se encontram representadas. Esta operação permite, também, "ter uma oferta mais competitiva e que garante uma maior empregabilidade", afirma o gestor.
A direcção da nova empresa aproveita para, em comunicado, fazer um "apelo" ao Ministério da Ciência e do Ensino Superior, "no sentido de apoiar e facilitar em termos burocráticos os processos de concentração, uma vez que também contribuem para solucionar um problema".